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Capítulo 54: A alta e a baixa

Página 535

- Realmente, e sem exagero, a condessa é a tal ponto contrária a esse casamento?

- A tal ponto que a baronesa raras vezes vai lá a casa e que a minha mãe não esteve, creio, duas vezes na vida em casa da Sr.ª Danglars.

- Sendo assim - disse o conde -, sinto-me tentado a falar-lhe de coração nas mãos. O Sr. Danglars é meu banqueiro e o Sr. De Villefort cumulou-me de gentilezas como agradecimento de um serviço que um feliz acaso me permitiu prestar-lhe. Adivinho de baixo de tudo isso um alude de jantares e festas mundanas. Ora, para não parecer que tiro faustosamente partido de tudo isso, e até para ter o mérito de me antecipar, se o meu amigo concordar, projectei reunir na minha casa de campo de Auteuil o Sr. e a Sr.ª Danglars e o Sr. e a Sr.ª de Villefort. Se o convidasse para esse jantar, assim como o Sr. Conde e a Sr.ª Condessa de Morcerf, não pareceria tratar-se de uma espécie de encontro matrimonial, ou pelo menos a Sr.ª Condessa de Morcerf não veria as coisas dessa maneira, sobretudo se o Sr. Barão Danglars me desse a honra de levar a filha? Então a sua mãe tomar-me-ia horror, o que não quero de maneira nenhuma que aconteça. Pretendo, pelo contrário, e diga-lho todas as vezes que tiver oportunidade disso, ter o melhor lugar possível no seu espírito.

- Palavra de honra, conde - disse Morcerf -, que lhe estou muito grato por ter comigo essa franqueza, e aceito a exclusão que me propõe. Diz que deseja ocupar o melhor lugar possível no espírito da minha mãe, pois parece-me que já ocupa nele um lugar privilegiado.

- Acha? - perguntou Monte-Cristo com interesse.

- Oh, tenho a certeza! Depois de nos deixar, no outro dia, conversámos uma hora a seu respeito. Mas voltemos àquilo de que estávamos a falar; se a minha mãe pudesse saber dessa atenção da sua parte, e eu arriscar-me-ia a dizer-lha, estou certo de que lhe ficaria reconhecidíssima. É certo que, pela sua parte, o meu pai ficaria furioso...

O conde desatou a rir.

- Pronto, está prevenido - disse a Morcerf. - Mas creio que não será só o seu pai quem ficará furioso; o Sr. e a Sr.ª Danglars vão considerar-me um homem muito incorrecto. Sabem que tenho consigo certa intimidade, que o senhor é mesmo o meu mais antigo conhecimento parisiense, e quando o não virem em minha casa perguntar-me-ão porque o não convidei. Pense ao menos em arranjar um compromisso anterior que tenha alguma aparência de probabilidade e escreva-me um bilhete a informar-me. Como sabe, com os banqueiros só o preto no branco tem valor.

- Farei melhor do que isso, Sr. Conde - disse Albert. - A minha mãe quer ir respirar o ar do mar. Em que dia é o seu jantar?

- No sábado.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 535

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069