Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: O Castelo de If

Página 58

Dera dois passos em frente, mas ficou imóvel no seu lugar ao ver aquele aumento de forças.

- Vêm buscar-me? - perguntou Dantès.

- Vimos - respondeu um dos gendarmes.

- Da parte do Sr. Substituto do Procurador Régio?

- Creio que sim.

- Bom, estou pronto a acompanhá-los - declarou Dantès.

A convicção de que vinham buscá-lo da parte do Sr. de Villefort tirava todo o receio ao infeliz rapaz. Avançou, pois, de espírito calmo e andar desembaraçado e colocou-se ele próprio no meio da escolta.

À porta esperava uma carruagem com o cocheiro no seu lugar e um polícia sentado ao lado do cocheiro.

- É para mim que esta carruagem está aqui? - perguntou Dantès.

- É, é para si - respondeu um dos gendarmes. - Suba.

Dantès quis fazer algumas observações, mas a portinhola abriu-se e sentiu-se empurrado. Não havia possibilidade nem sequer intenção de opor resistência, pelo que se encontrou num instante sentado ao fundo da carruagem, entre dois gendarmes. Os outros dois sentaram-se no banquinho fronteiro e o pesado veiculo começou a rodar com um ruído sinistro.

O prisioneiro olhou para as janelas; eram gradeadas. Mudara apenas de prisão. A única diferença era aquele rodar e transportá-lo para destino ignorado. Através dos varões apertados a ponto de mal poder passar a mão entre eles, Dantès reconheceu no entanto que percorriam a Rua Caisserie e que pela Rua Tamaris desciam para o cais.

Em breve distinguiu através das suas grades e das do monumento junto do qual se encontrava as luzes da Consigne.

A carruagem parou e o polícia desceu e aproximou-se da casa da guarda. Saiu uma dúzia de soldados que formaram alas. Ao clarão dos candeeiros do cais, Dantès viu reluzirem-lhes as espingardas.

«Será por minha causa que se exibe semelhante força militar?», perguntou Dantès a si mesmo.

Ao abrir a portinhola fechada à chave, o polícia respondeu a esta interrogação, embora sem pronunciar uma única palavra, pois Dantès viu entre as duas alas de soldados um caminho aberto para ele, da carruagem ao porto.

Os dois gendarmes que estavam sentados no banco da frente foram os primeiros a descer, depois fizeram-no descer a ele e por fim seguiram-no os que se sentavam a seu lado. Encaminharam-se para um escaler que um marinheiro da alfândega mantinha junto do cais, seguro por uma corrente. Os soldados viram passar Dantès com ar de curiosidade aparvalhada. Instalaram-no num instante à popa do barco, sempre no meio de quatro gendarmes, enquanto o polícia se mantinha à proa. Um empurrão violento afastou o barco da muralha e quatro remadores remaram vigorosamente na direção de Pilon.

<< Página Anterior

pág. 58 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 58

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069