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Capítulo 61: Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos

Página 594

Quanto ao correspondente da esquerda, repetiu conscienciosamente os mesmos sinais, que foram recebidos definitivamente no Ministério do Interior.

- Pronto, agora está rico - disse Monte-Cristo.

- Pois sim - respondeu o funcionário -, mas porque preço!

- Escute, meu amigo - redarguiu Monte-Cristo -, não quero que tenha remorsos. Acredite, porque lho juro, que não fez mal a ninguém e serviu os planos de Deus.

O funcionário olhava as notas, apalpava-as, contava-as. Tão depressa estava pálido como estava corado. Por fim, precipitou-se para o seu quarto, a fim de beber um copo de água. Mas não teve tempo de chegar à bilha; desmaiou no meio dos feijões secos.

Cinco minutos depois de a notícia telegráfica chegar ao ministério, Debray mandou atrelar os cavalos ao seu cupé e correu a casa de Danglars.

- O seu marido tem cupões do empréstimo espanhol? - perguntou à baronesa.

- Creio que sim! Cerca de seis milhões.

- Que os venda por qualquer preço.

- Porquê? - Porque D. Carlos fugiu de Burges e regressou a Espanha.

- Como sabe disso?

- Com a breca, como sei as notícias! - redarguiu Debray, encolhendo os ombros.

A baronesa não esperou que ele repetisse a recomendação: correu ao encontro do marido, o qual correu por sua vez a casa do seu corrector, a quem ordenou que vendesse os cupões por qualquer preço.

Quando se soube que o Sr. Danglars vendia, os fundos espanhóis baixaram imediatamente. Danglars perdeu quinhentos mil francos, mas desembaraçou-se de todos os seus cupões.

À tarde leu-se no messager:

Despacho telegráfico. - O rei D. Carlos escapou à vigilância que se exercia sobre ele em Burges e regressou a Espanha pela fronteira da Catalunha. Barcelona sublevou-se a seu favor.

Durante toda a noite só se falou da previsão de Danglars, que vendera os seus cupões, e da sorte do especulador, que perdia apenas quinhentos mil francos com semelhante golpe.

Aqueles que tinham conservado os seus cupões ou comprado os de Danglars consideraram-se arruinados e passaram uma má noite.

No dia seguinte leu-se no Moniteur:

Foi sem qualquer fundamento que o Messager anunciou ontem a fuga de D. Carlos e a revolta de Barcelona

O rei D. Carlos não saiu de Burges e a Península goza da mais profunda tranquilidade.

Um sinal telegráfico mal interpretado, devido ao nevoeiro, deu origem a este erro.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 594

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069