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Capítulo 8: O Castelo de If

Página 61

- Vão-me encarcerar lá? - continuou Dantès. - Mas o Castelo de If é uma prisão de Estado destinada apenas aos grandes criminosos políticos. Ora, eu não cometi nenhum crime. No Castelo de If existem, porventura, juízes de instrução ou quaisquer outros magistrados?

- Suponho que só existe um governador, carcereiros, uma guarnição e bons muros. Vamos, vamos, amigo, não mostre tanto espanto; porque na verdade far-me-ia supor que retribui a minha condescendência troçando de mim.

Dantès apertou a mão do gendarme como se lha quisesse partir.

- Pretende - insistiu - que me conduzem ao Castelo de If para lá me encerrar?

- É provável - respondeu o gendarme. - Seja como for, camarada, é inútil apertar-me a mão com tanta força.

- Sem mais investigações, sem mais formalidades? - perguntou o jovem.

- As formalidades estão preenchidas e as investigações concluídas.

- Assim, apesar da promessa do Sr. de Villefort?...

- Não sei se o Sr. de Villefort lhe fez alguma promessa - redarguiu o gendarme -, mas o que sei é que vamos para o Castelo de If. Eh, lá, que está a fazer?! A mim, camaradas, a mim!

Num gesto rápido como um relâmpago, mas que no entanto fora previsto pelo olhar experiente do gendarme, Dantès quisera lançar-se ao mar. Mas quatro mãos vigorosas seguraram-no no momento em que os seus pés deixavam o fundo do barco e fizeram-no cair dentro dele bramindo de raiva.

- Ora aí está! - exclamou o gendarme, pondo-lhe um joelho no peito. - Ora aí está como cumpre a sua palavra de marinheiro. Vamo-nos lá fiar em gente de falinhas mansas... Pois agora, meu caro amigo, se fizer um movimento, um só, meto-lhe uma bala na cabeça. Não cumpri a minha primeira ordem, mas garanto-lhe que cumprirei a segunda.

E baixou efetivamente a carabina na direção de Dantès, que sentiu encostar-se-lhe a ponta do cano à têmpora.

Por um instante sentiu a tentação de fazer o movimento proibido e de acabar assim, violentamente, com a desgraça inesperada que se abatera sobre ele e o tomara de súbito nas suas garras de abutre. Mas precisamente por essa desgraça ser inesperada, Dantès pensou que não podia ser duradoura.

Depois, acudiram-lhe ao espírito as promessas do Sr. De Villefort; por último, forçoso é dizê-lo, a morte no fundo de um barco, dada pela mão de um gendarme, pareceu-lhe indecorosa e indigna.

Deixou-se cair no fundo do barco, soltando um bramido de raiva e mordendo as mãos com furor.

Quase no mesmo instante um choque violento sacudiu o escaler.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 61

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069