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Capítulo 67: No gabinete do Procurador Régio

Página 645
Talvez notasse que ainda estava viva e a tivesse atirado ao rio.

- Oh, impossível! - exclamou a Sr.ª Danglars. - Assassina-se um homem por vingança, mas não se afoga a sangue-frio uma criança!

- Talvez a tivesse entregado às Crianças Expostas... acrescentou Villefort.

- Oh, sim, sim! - exclamou a baronesa. - O meu filho está aí, senhor!

- Corri ao hospício e soube que naquela mesma noite de 20 de Setembro fora depositada uma criança na roda. Tal criança estava envolta em metade de uma toalha de pano fino, intencionalmente rasgada. Essa metade da toalha tinha metade de uma coroa de barão e a letra H.

- É isso, é isso! - gritou a Sr.ª Danglars. - Toda a minha roupa está marcada assim! O Sr. de Nargonne era barão e eu chamo-me Hermine. Obrigada, meu Deus! O meu filho não estava morto!

- Não, não estava morto!

- E o senhor diz-me isso... diz-me isso sem receio de me fazer morrer de alegria! Onde está ele? Onde está o meu filho?

Villefort encolheu os ombros.

- Como quer que saiba? E julga que se o soubesse a faria passar por todas estas gradações, como o faria um dramaturgo ou um romancista? Não, infelizmente não sei. Quando contava cerca de seis meses, uma mulher foi reclamar a criança com a outra metade da toalha. Essa mulher deu todas as garantias que a lei exigia e por isso entregaram-lha.

- Mas devia ter-se informado acerca dessa mulher, devia tê-la procurado...

- E que julga que fiz, minha senhora? Simulei uma instrução criminal e mandei procurá-la pelos mais finos agentes secretos e pelos mais hábeis detectives da Polícia. Encontraram-lhe a pista até Chalon; ai perderam-na.

- Perderam-na?...

- Sim, perderam-na; perderam-na para sempre.

A Sr.ª Danglars escutara o relato soltando de vez em quando um suspiro, deixando correr uma lágrima ou emitindo um grito, conforme as circunstâncias.

- É tudo? - perguntou. - O senhor limitou-se a isso?

- Oh, não! - protestou Villefort. - Nunca deixei de procurar, de investigar, de me informar. No entanto, há dois ou três anos descansei um pouco. Mas agora vou recomeçar com mais perseverança e encarniçamento do que nunca. E vencerei, pode ter a certeza; porque já não é a consciência que me impele, é o medo.

- Mas o conde de Monte-Cristo não sabe de nada - declarou a Sr.ª Danglars. - De contrário, parece-me que não nos procuraria como nos procurou.

- Oh, a maldade dos homens é muito grande! - sentenciou Villefort. - Muito maior do que a bondade de Deus. Reparou nos olhos desse homem enquanto nos falava?

- Não.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 645

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069