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Capítulo 70: O baile

Página 663

- Monte-Cristo é o nome de uma ilha e ele tem um nome de família.

- Nunca lho ouvi pronunciar.

- Então estou mais adiantada do que o senhor. Ele chama-se Zaccone.

- É possível.

- E é maltês.

- Também é possível.

- Filho de um armador.

- Oh, mas na verdade a senhora devia contar essas coisas ali, em voz alta! Teria o maior êxito.

- Serviu na Índia, explora uma mina de prata na Tessália e veio a Paris para montar um estabelecimento de águas minerais em Auteuil.

- Que grandes notícias! - exclamou Morcerf. - Permite-me que as repita?

- Pois sim, mas pouco a pouco, uma a uma, sem dizer que provêm de mim.

- Porquê?

- Porque é quase um segredo roubado.

- A quem?

- À Polícia.

- Então essas notícias espalhavam-se...

- Ontem à noite, em casa do prefeito. Paris impressionou-se, como sabe, perante aquele luxo inusitado e a Polícia tirou informações.

- Muito bem. Só faltava prender o conde como vagabundo a pretexto de ser demasiado rico.

- Era o que poderia muito bem acontecer-lhe se as informações não fossem tão favoráveis.

- Pobre conde! Desconfia do perigo que correu?

- Não creio.

- Então será uma obra de caridade avisá-lo. Não deixarei de o fazer quando ele chegar.

Neste momento um bonito rapaz de olhos vivos, cabelo preto e bigode brilhante veio cumprimentar respeitosamente a Sr.ª de Villefort. Albert estendeu lhe a mão.

- Minha senhora - disse Albert -, tenho a honra de lhe apresentar o Sr. Maximilien Morrel, capitão de sipaios, um dos nossos bons e sobretudo dos nossos bravos oficiais.

- Já tive o prazer de encontrar este senhor em Auteuil, em casa do Sr. Conde de Monte-Cristo - respondeu a Sr.ª de Villefort, virando-se com acentuada frieza.

Esta resposta, e sobretudo o tom em que foi dada, apertou o coração do pobre Morrel. Mas estava-lhe reservada uma compensação: ao voltar-se, descobriu à porta uma bela figura branca cujos olhos azuis, dilatados e sem expressão aparente, se cravavam nele, enquanto o ramo de miosótis lhe subia lentamente aos lábios.

Este cumprimento foi tão bem compreendido que Morrel, com a mesma expressão no olhar, aproximou por sua vez o lenço da boca. E as duas estátuas vivas, cujo coração pulsava rapidamente sob o mármore aparente do rosto, separadas uma da outra por toda a largura da sala, esqueceram-se por um instante, ou antes, por um instante esqueceram toda a gente naquela muda contemplação. E poderiam ter ficado muito mais tempo assim absortas uma na outra, sem que ninguém notasse o seu alheamento de tudo e de todos, se o conde de Monte-Cristo não acabasse de entrar.

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pág. 663 (Capítulo 70)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 663

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069