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Capítulo 70: O baile

Página 665
O cavalheiro alto e magro, que era apenas cavaleiro da Legião de Honra, foi nomeado oficial.

- Até que enfim! - exclamou Monte-Cristo. - Aí está uma condecoração que me parece sensatamente dada. Então, se encontrar segunda vértebra, fá-lo-ão comendador?

- É provável - respondeu Morcerf.

- E aquele que teve a singular ideia de vestir uma casaca azul bordada a verde quem é?

- Não foi ele que teve a ideia de se meter naquela casaca, foi a República, a qual, como sabe, era um tanto artista. Por isso, desejando dar um uniforme aos académicos, pediu a David que lhe desenhasse uma casaca.

- Tem razão - concordou Monte-Cristo. - Portanto aquele senhor é um académico?

- Há oito dias que faz parte da douta assembleia.

- E qual é o seu mérito, a sua especialidade?

- A sua especialidade? Parece-me que espeta alfinetes na cabeça de coelhos, que obriga as galinhas a comer garança e que extrai com barbas de baleia a espinal-medula aos cães.

- E é da Academia das Ciências por isso?

- Não, da Academia Francesa.

- Mas que tem a Academia Francesa a ver com essas coisas?

- Vou dizer-lhe. Parece...

- Que as suas experiências fizeram, decerto, a ciência dar um grande passo?

- Não, mas que escreve num excelente estilo.

- O que deve lisonjear enormemente o amor-próprio dos coelhos em que espeta alfinetes na cabeça, as galinhas cujos ossos tinge de vermelho e os cães a que extrai a espinal-medula - comentou Monte-Cristo.

Albert desatou a rir.

- E aquele? - perguntou o conde.

- Qual?

- O terceiro.

- Ah! O de casaca azul-clara?

- Sim.

- É um colega do conde que acaba de se opor energicamente a que a Câmara dos Pares tenha um uniforme. Por causa disso obteve um grande êxito na tribuna. Andava de candeias às avessas com as gazetas liberais, mas a sua nobre oposição aos desejos da corte acaba de o reconciliar com elas. Fala-se em nomeá-lo embaixador.

- E quais são os seus títulos para o pariato?

- Escreveu duas ou três óperas cómicas, intentou quatro ou cinco acções contra o Siècle e votou cinco ou seis anos pelo ministério.

- Bravo, visconde! - exclamou Monte-Cristo, rindo. - O senhor é um cicerone notável. Agora, importa-se de me fazer um favor?

- Qual?

- Não me apresente a esses cavalheiros e se eles pedirem para me serem apresentados, previna-me.

Neste momento o conde sentiu que lhe pousavam uma mão no braço. Virou-se. Era Danglars.

- Ah! É o senhor, barão?

- Porque me chama barão? - redarguiu Danglars. - Bem sabe que não ligo importância ao meu título.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 665

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069