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Capítulo 72: A Sra. de Saint-Méran

Página 680

- Oh, meu caro Sr. de Avrigny, não imagina com que impaciência o esperávamos! - exclamou Valentine. - Mas antes de mais nada como estão Madeleine e Antoinette?

Madeleine era a filha do Sr. de Avrigny e Antoinette, sua sobrinha.

O Sr. de Avrigny sorriu tristemente.

- Antoinette está óptima e Madeleine assim-assim - respondeu.

- Mandou-me chamar, querida filha? Mas nem o seu pai nem a Sr.ª de Villefort estão doentes... Quanto a nós, embora seja visível que não conseguimos livrar-nos dos nossos nervos, não vejo que tenha necessidade de mim, a não ser para lhe recomendar que não dê demasiadas largas à sua imaginação...

Valentine corou. O Sr. de Avrigny possuía a ciência da adivinhação quase até ao prodígio, pois era um desses médicos que tratam sempre o físico através do moral.

- Não é para mim, é para a minha pobre avó - esclareceu a jovem. - Já sabe a desgraça que nos aconteceu, não sabe?

- Não sei nada - respondeu o Sr. de Avrigny.

- O meu avô morreu - informou Valentine, contendo os soluços.

- O Sr. de Saint-Méran?

- Sim.

- Subitamente?

- De um ataque de apoplexia fulminante.

- De uma apoplexia? - repetiu o médico.

- Sim. De forma que a minha pobre avó se aferrou à ideia deque o marido, de quem nunca se separou, a chama e de que se lhe deve ir juntar... Oh, Sr. de Avrigny, recomendo-lhe muito a minha pobre avó!

- Onde está ela?

- No seu quarto com o notário.

- E o Sr. Noirtier?

- Sempre na mesma: uma lucidez de espírito perfeita, mas a mesma imobilidade, o mesmo mutismo.

- E o mesmo amor por si, não é verdade, minha querida filha?

- É - respondeu Valentine, suspirando. - Ama-me de facto muito.

- Quem a não amaria?

Valentine sorriu tristemente.

- E que sente a sua avó?

- Uma excitação nervosa singular, um sono agitado e estranho.

Esta manhã pretendia que enquanto dormia a alma lhe pairava por cima do corpo, que via a dormir. Delírio, claro. Afirma ter visto um fantasma entrar-lhe no quarto e ter ouvido o barulho que fazia o pretenso fantasma a mexer-lhe no copo.

- É singular, não sabia que a Sr.ª de Saint-Méran, fosse sujeita a alucinações... - disse o médico.

- Foi a primeira vez que a vi assim - respondeu Valentine e esta manhã até me assustou muito; julguei que tivesse enlouquecido. No entanto, mesmo o meu pai, Sr. de Avrigny (o meu pai, que o senhor conhece bem como um espírito ponderado), até o meu próprio pai me pareceu impressionadíssimo.

- Havemos de ver isso - declarou o Sr. Avrigny. - O que me diz parece-me estranho...

O notário descia. Vieram prevenir Valentine de que a avó estava sozinha.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 680

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069