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Capítulo 75: A ata da sessão

Página 717
A comunicação que lhe fizemos baseou-se na confiança depositada no senhor e, por consequência, num sentimento que o honrava. Verificamos agora que estávamos enganados. Um título e um posto ligaram-no ao novo governo que queremos derrubar. Não o obrigaremos a prestar-nos o seu concurso; não recrutaremos ninguém contra a sua consciência e a sua vontade; mas obrigá-lo-emos a proceder como um homem digno, mesmo no caso de não estar disposto a isso.

»- Acham que é ser um homem digno conhecer esta conspiração e não a revelar? Chamo a isso ser cúmplice dos senhores. Como vêem, sou ainda mais franco do que os presentes...»

- Ah, meu pai, compreendo agora porque te assassinaram! - exclamou Franz.

Valentine não se pôde impedir de lançar uma olhadela a Franz. O rapaz estava realmente belo no seu entusiasmo filial.

Villefort passeava de um lado para o outro atrás dele. Noirtier acompanhava com a vista a expressão de cada um e conservava a sua atitude digna e severa.

Franz voltou ao manuscrito e continuou:

- «Senhor - disse o presidente -, pediram-lhe que comparecesse nesta assembleia, onde ninguém o trouxe à força.

Propuseram-lhe vendar-lhe os olhos e o senhor aceitou. Quando acedeu a ambas as coisas, sabia perfeitamente que não nos dedicávamos a consolidar o trono de Luís XVIII, pois de contrário não poríamos tanto cuidado em nos escondermos da Polícia. Agora, como deve compreender, seria demasiado cómodo colocar uma máscara para surpreender segredos alheios e em seguida não ter mais do que tirar essa máscara para perder aqueles que confiaram no senhor. Não, não! Antes de mais nada, vai dizer-nos francamente se é pelo rei de acaso que reina neste momento ou por S. M. o imperador.

» - Sou monárquico - redarguiu o general. - Prestei juramento a Luís XVIII e mantenho esse juramento.

»Estas palavras foram seguidas de um murmúrio geral e pôde ver-se, pelos olhares de numerosos membros do clube, que estavam dispostos a fazer o Sr. de Epinay arrepender-se das suas palavras imprudentes.

»O presidente levantou-se de novo e impôs silêncio.

»- Senhor - disse-lhe -, é um homem suficientemente responsável e sensato para compreender as consequências da situação em que nos encontramos uns perante os outros, e a sua própria franqueza nos dita as condições que nos resta apresentar-lhe. O senhor vai portanto jurar pela sua honra nada revelar do que ouviu.

»O general levou a mão à espada e gritou:

»- Se quer falar de honra, comece por não menosprezar as suas leis nem impor nada pela violência!

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pág. 717 (Capítulo 75)

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 717

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069