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Capítulo 75: A ata da sessão

Página 719

»- A qualquer parte onde possa ficar livre da presença dos senhores - respondeu o Sr. de Epinay

»- Senhor - disse então o presidente -, tome cautela: já não está na assembleia, tem apenas consigo homens isolados. Não os insulte, se não quer ter de assumir a responsabilidade do insulto.

»Mas em vez de compreender esta linguagem, o Sr. de Epinay respondeu:

»- O senhor é sempre tão valente na sua carruagem como no seu clube, pela simples razão de que quatro homens são sempre mais fortes do que um só.

»O presidente mandou parar a carruagem.

»Estavam precisamente à entrada do Cais dos Olmos, onde fica a escada que desce para o rio.

»- Porque mandou parar aqui? - perguntou o Sr. de Epinay.

»- Porque - respondeu o presidente - o senhor insultou um homem e esse homem não quer dar nem mais um passo sem lhe pedir lealmente uma reparação.

»- Mais uma maneira de assassinar - redarguiu o general, encolhendo os ombros.

»- Deixemo-nos de palavreado, senhor - respondeu o presidente -, se não quer que o considere como um dos homens a que se referia há pouco, isto é, como um cobarde que toma a sua fraqueza como escudo. Está só e um só lhe responderá; tem uma espada ao lado e eu tenho outra nesta bengala; não tem testemunha, um destes senhores será a sua. Agora, se quiser, pode tirar a venda.

»O general arrancou imediatamente o lenço que lhe cobria os olhos.

»- Até que enfim vou saber com quem estou metido! - exclamou.

»Abriu-se a carruagem; os quatro homens apearam-se...”

Franz interrompeu-se mais uma vez e enxugou o suor que lhe escorria da testa. Havia algo assustador em ver o filho, trémulo e pálido, ler em voz alta os pormenores, até ali ignorados, da morte do pai.

Valentine juntara as mãos como se rezasse.

Noirtier olhava para Villefort com uma expressão quase sublime de desprezo e orgulho.

Franz continuou:

«Estava-se, como dissemos, em 5 de Fevereiro. Havia três dias que nevava e a temperatura rondava os cinco ou seis graus. A escada encontrava-se coberta de gelo. O general era corpulentoe alto e o presidente ofereceu-lhe o lado do corrimão para descer.

»As duas testemunhas seguiam atrás.

»A noite estava escura e o terreno, da escada ao rio, encontrava-se húmido de neve e geada. Via-se a água correr, negra e profunda, arrastando alguns pedaços de gelo.

»Uma das testemunhas foi buscar uma lanterna a um barco de carvão, à luz da qual examinaram as armas.

»A espada do presidente, que era apenas, como ele dissera, uma espada que trazia na bengala, era mais curta do que a do seu adversário e não tinha guarda.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 719

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069