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Capítulo 82: O assalto

Página 799

- Entraste bem por ela...

- Desconfio que trama qualquer coisa contra mim, Sr Abade...

- Imbecil! Que queres que trame?

- Porque não me abre a porta?

- Que necessidade há de acordar o porteiro?

- Sr. Abade, diga-me que não quer a minha morte.

- Quero o que Deus quiser.

- Mas jure-me que não me atacará enquanto eu descer.

- Sempre me saíste um estúpido e um cobarde!

- Que quer fazer de mim?

- Isso pergunto-te eu. Tentei fazer de ti um homem feliz e só fiz um criminoso!

- Sr. Abade, tente uma última experiência - pediu Caderousse.

- Seja - concordou o conde. - Escuta, sabes que sou um homem de palavra?

- Sei - respondeu Caderousse.

- Se regressares a casa são e salvo...

- Não sendo o senhor, que mais tenho a temer?

- Se regressares a casa são e salvo, deixa Paris, deixa a França, e onde quer que estejas, desde que te comportes honestamente, far-te-ei chegar uma pequena pensão. Porque se regressares a casa são e salvo, bom...

- Bom?... - perguntou Caderousse, estremecendo.

- Bom, acreditarei que Deus te perdoou e perdoar-te-ei também.

- Tão certo como eu ser cristão, o senhor faz-me morrer de medo! - balbuciou Caderousse, recuando.

- Vamos, sai! - ordenou o conde, apontando com o dedo a janela a Caderousse.

Apesar de pouco tranquilizado pela promessa, Caderousse passou a perna por cima do parapeito da janela e pôs o pé na escada de mão.

Aí parou a tremer.

- Agora desce - disse o abade, cruzando os braços.

Caderousse convenceu-se de que não havia nada a temer daquele lado e desceu.

Então o conde aproximou-se com a vela, de forma que se pudesse distinguir dos Campos Elísios aquele homem que descia de uma janela iluminado por outro homem.

- Que está a fazer, Sr. Abade? - perguntou Caderousse. – Se passasse uma patrulha...

Apagou a vela. Depois, continuou a descer; mas só quando sentiu o solo do jardim debaixo dos pés ficou suficientemente tranquilizado.

Monte-Cristo reentrou no seu quarto de dormir, e, deitando uma rápida olhadela do jardim à rua, viu primeiro Caderousse, que, depois de descer, dava uma volta no jardim e ia colocar a escada de mão na extremidade do muro, a fim de sair por um sítio diferente daquele por onde entrara.

Depois, passando do jardim à rua, viu o homem que parecia esperar correr paralelamente pela rua e colocar-se mesmo atrás da esquina junto da qual Caderousse ia descer.

Caderousse subiu lentamente a escada e, chegado aos últimos degraus, passou a cabeça por cima do espigão, a fim de se assegurar de que a rua estava deserta.

Não se via ninguém nem se ouvia nenhum ruído.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 799

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069