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Capítulo 92: O suicídio

Página 875

O Sr. de Morcerf abriu pessoalmente a portinhola, com a carruagem ainda a rodar, e saltou como um rapaz na alameda lateral, tocou e desapareceu na porta escancarada com o seu criado.

Um segundo mais tarde, Baptistin anunciava ao Sr. de Monte-Cristo o conde de Morcerf, e Monte-Cristo, fazendo sair Haydée, ordenou que mandassem entrar na sala o conde de Morcerf.

O general media pela terceira vez a sala em todo o seu comprimento quando, virando-se, viu Monte-Cristo de pé no limiar.

- Ah, é o Sr. de Morcerf! - disse tranquilamente Monte-Cristo. - Julgava ter ouvido mal.

- Sim, sou eu - redarguiu o conde, com uma horrível contracçãode lábios que o impedia de articular claramente.

- Só me resta portanto saber agora - disse Monte-Cristo - o motivo que me proporciona o prazer de ver o Sr. Conde de Morcerf tão cedo.

- Teve esta manhã um duelo com o meu filho, senhor? - perguntou o general.

- Sabe disso? - respondeu o conde.

- E também sei que o meu filho tinha boas razões para desejar bater-se com o senhor e fazer tudo o que pudesse para o matar.

- Com efeito, senhor, tinha muito boas razões para isso! Mas, como vê, apesar dessas razões, não me matou, e até nem se bateu.

- E no entanto considerava-o a causa da desonra do pai, bem como a causa da ruína horrível em que neste momento mergulha a minha casa.

- É verdade, senhor - replicou Monte-Cristo, com a sua terrível calma. - Causa secundária, evidentemente, e não principal.

- Decerto lhe apresentou alguma desculpa ou deu qualquer explicação...

- Não lhe dei nenhuma explicação e foi ele quem me apresentou desculpas.

- A que atribui essa conduta?

- À convicção, provavelmente, de que havia em tudo isto um homem mais culpado do que eu.

- E quem era esse homem?

- O pai.

- Seja - admitiu o conde, empalidecendo. - Mas, como sabe, o culpado não gosta de ser acusado de culpabilidade.

- Pois sei... Por isso esperava o que acontece neste momento.

- O senhor esperava que o meu filho fosse um cobarde?! - gritou o conde.

- O Sr. Albert de Morcerf não é um cobarde – redarguiu Monte-Cristo.

- Um homem que empunha uma espada, um homem que tem ao alcance dessa espada um inimigo mortal, se esse homem não se bate, é um cobarde! É pena ele não estar aqui para lho dizer!

- Senhor - respondeu friamente Monte-Cristo -, presumo que me não veio procurar para me contar as suas pequenas desavenças familiares. Vá dizer isso ao Sr. Albert e talvez ele saiba responder-lhe.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 875

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069