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Capítulo 94: A confissão

Página 891

Mas Monte-Cristo olhou-o com um sorriso ao mesmo tempo tão melancólico e meigo que Maximilien sentiu as lágrimas virem-lhe aos olhos.

- Posso muito, meu amigo - respondeu o conde. - Vá, tenho necessidade de estar só.

Morrel, subjugado pelo prodigioso ascendente que Monte-Cristo exercia sobre tudo o que o rodeava, nem sequer tentou subtrair-se-lhe. Apertou a mão ao conde e saiu.

Somente à porta se deteve para esperar Baptistin, que acabava de ver aparecer à esquina da Rua Matignon e que regressava a correr.

Entretanto, Villefort e Avrigny tinham-se apressado. Quando chegaram, Valentine continuava desmaiada e o médico observara a doente com o cuidado que as circunstâncias exigiam e com a profundidade imposta pelo seu conhecimento do segredo da doença.

Suspenso do olhar e dos lábios do médico, Villefort aguardava do resultado do exame. Noirtier, mais pálido do que a jovem e mais ansioso por uma solução do que o próprio Villefort, esperava igualmente e tudo nele era inteligência e sensibilidade.

Por fim, Avrigny disse lentamente:

- Ainda vive.

- Ainda! - exclamou Villefort. - Oh, doutor, que palavra terrível acaba de pronunciar!

- Sim - disse o médico -, e repito a minha frase: ainda vive, o que me surpreende muito.

- Mas salva-se? - perguntou o pai.

- Salva, visto ainda estar viva.

Neste momento, o olhar de Avrigny encontrou o de Noirtier, no qual brilhava uma alegria tão extraordinária e uma inteligência de tal modo rica e fecunda que o médico ficou impressionado.

Deixou a jovem voltar a cair na poltrona (Valentine tinha os lábios tão pálidos que mal se distinguiam no rosto) e ficou imóvel a olhar para Noirtier, para quem qualquer gesto do médico se revestia de excepcional importância.

- Senhor - disse então Avrigny a Villefort -, chame a criada de quarto de Mademoiselle Valentine, por favor.

Villefort largou a cabeça da filha, que amparava, e correu ele próprio a chamar a criada.

Assim que Villefort fechou a porta, Avrigny aproximou-se de Noirtier.

- Tem alguma coisa a dizer-me? - perguntou.

O velho piscou expressivamente os olhos. Era, lembramos, o único sinal afirmativo que tinha à sua disposição.

- Só a mim?

- Sim - respondeu Noirtier.

- Bom, ficarei consigo.

Neste momento, Villefort regressou seguido da criada de quarto. Atrás desta vinha a Sr.ª de Villefort.

- Mas que aconteceu a esta querida filha?! - exclamou. - Quando me deixou queixava-se de estar indisposta, mas nunca imaginei que o caso fosse tão grave.

E a jovem senhora, com as lágrimas nos olhos e todas as mostras de afeição de uma verdadeira mãe, aproximou-se de Valentine e pegou-lhe na mão.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 891

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069