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Capítulo 13: Os Cem Dias

Página 94

Esta garantia restituiu a esperança a Morrel, que deixou o substituto do procurador régio encantado com ele e foi anunciar ao velho Tio Dantès que não tardaria a rever o filho.

Quanto a Villefort, em vez de a mandar para Paris, conservou cuidadosamente em seu poder a petição que, sendo capaz de salvar Dantès no presente, o comprometeria irremediavelmente no futuro, supondo uma coisa que o aspecto da Europa e o andamento dos acontecimentos permitiam já supor, isto é, segunda restauração.

Dantès continuou portanto preso. Metido nas profundezas da sua masmorra, nem sequer ouviu o estrondo formidável da queda do trono de Luís XVIII e o ainda mais formidável do desmoronamento do Império.

Mas Villefort, esse, seguiu tudo com olhar vigilante, escutou tudo com ouvido atento. Por duas vezes, durante a curta aparição imperial a que se chamou os Cem Dias, Morrel voltou à carga, insistindo sempre pela libertação de Dantès, e de ambas as vezes Villefort o tranquilizou com promessas e esperanças. Por fim, chegou Waterloo e Morrel não reapareceu em casa de Villefort.

O armador fizera pelo seu jovem amigo tudo o que era humanamente possível fazer. Fazer novas tentativas depois da segunda Restauração seria comprometer-se inutilmente.

Luís XVIII voltou a subir ao trono. Villefort, para quem Marselha estava cheia de recordações que para ele se tinham transformado em remorsos, pediu e obteve o lugar de procurador régio em Toulouse, que se encontrava vago. Quinze dias depois de se instalar na sua nova residência casou com Mademoiselle Renée de Saint-Méran, cujo pai estava melhor visto na corte do que nunca.

Foi assim que Dantès, durante os Cem Dias e depois de Waterloo, permaneceu preso, esquecido, senão dos homens, pelo menos de Deus.

Danglars compreendeu todo o alcance do golpe que vibrara em Dantès, ao ver Napoleão regressar a França. A sua denúncia acertara em cheio e, como todos os homens de certa tendência para o crime e de média inteligência na vida corrente, chamou aessa coincidência estranha um «decreto da Providência»

Mas quando Napoleão chegou a Paris e a sua voz soou de novo, imperiosa e forte, Danglars teve medo. Esperava a cada instante ver aparecer Dantès, Dantès sabedor de tudo, Dantès ameaçador e capaz de todas as vinganças. Então manifestou ao Sr. Morrel o desejo de deixar o serviço do mar e conseguiu que ele o recomendasse a um negociante espanhol, ao serviço do qual entrou como angariador de encomendas, em fins de Março, isto é, dez ou doze dias depois do regresso de Napoleão às Tulherias.

Partiu, depois, para Madrid e mais ninguém ouviu falar dele.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 94

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069