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Capítulo 105: O Cemitério do Père-lachaise

Página 980
Vejamos, sabes porventura de que é capaz o conde de Monte-Cristo? Sabes que governa muitas forças terrestres? Sabes que possui suficiente fé em Deus para obter milagres. Daquele que disse que com a fé o homem podia mover montanhas? Pois bem, esse milagre em que tenho esperança espera-o ou então...

- Ou então... - repetiu Morrel.

- Ou então acautela-te, Morrel, chamar-te-ei ingrato.

- Tenha piedade de mim, conde.

- Tenho tanta piedade de ti, Maximilien, ouves, tanta piedade que, se não te curar dentro de um mês, dia por dia, hora por hora... fixa bem as minhas palavras, Morrel, te colocarei eu próprio diante dessas pistolas carregadas e de uma taça do mais seguro veneno italiano, de um veneno mais seguro e mais rápido, acredita, do que aquele que matou Valentine.

- Promete-me?

- Prometo, porque sou um homem; porque também, como te disse, quis morrer, e até muitas vezes, depois de a desventura ter deixado de me perseguir, sonhei com as delícias do sono eterno.

- Oh, é verdade que me promete isso, conde?! - gritou Maximilien, inebriado.

- Não to prometo, juro-to - redarguiu Monte-Cristo, estendendo a mão.

- Dentro de um mês, pela sua honra, se não estiver confortado, deixar-me-á a liberdade de dispor da minha vida, e seja o que for que faça não me chamará ingrato?

- Dentro de um mês, dia por dia, Maximilien; dentro de um mês, hora por hora, e a data é sagrada, Maximilien. Não sei se pensaste nisto, mas estamos hoje a 5 de Setembro. Faz hoje dez anos que salvei o teu pai, que queria morrer.

Morrel pegou nas mãos do conde e beijou-as. O conde não se opôs, como se achasse que essa adoração lhe era devida.

- Dentro de um mês - continuou Monte-Cristo - terás na mesa diante da qual estaremos sentados um e outro boas armas e uma morte suave; mas, em contrapartida, prometes-me esperar até lá e viver?

- Oh, também eu lho juro! - exclamou Morrel.

Monte-Cristo atraiu o jovem ao coração e abraçou-o durante muito tempo.

- E agora - disse-lhe -, a partir de hoje vais viver comigo.

Ocuparás os aposentos de Haydée e assim ao menos a minha filha será substituída pelo meu filho.

- Haydée! - exclamou Morrel. - Que aconteceu a Haydée?

- Partiu esta noite.

- Para o deixar?

- Para me esperar... Prepara-te, pois, para ires ter comigo à Rua dos Campos Elísios e faz-me sair daqui sem que me vejam.

Maximilien, baixou a cabeça e obedeceu, como uma criança ou como um apóstolo.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 980

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069