A Queda de um Anjo - Cap. 33: Capítulo 33 Pág. 188 / 207

Porventura, aqueles santos tão rogados estavam em volta dela a defendê-la das tentações do primo Lopo. Já Teodora o repulsava desabridamente, quando se via no risco de ser abalada em sua fidelidade. A pervicácia, porém, do astuto negociador de seus vilíssimos interesses, servidos por infames lágrimas e exclamações compungentes, alguma vez a apanhou de salto quase desprotegida do escudo celestial.

Mas — honra à virtude que cai mais tarde que o costume! — honra à virtude de Teodora, que lhe punha sempre diante dos olhos, nas conjunturas perigosas, a imagem do marido, e de sua mãe e avós, todas esposas imaculadas!

Passemos a esponja por sobre Penélopes e Lucrécias.

Começou Calisto a receber cartas de sua mulher. Algumas, que abriu, não pôde digeri-las. Como a dor sincera não costuma ser eloquente, nem a ortografia da filha do boticário exprimia com certeza as singelas lástimas de Teodora, o cru marido queimava as cartas para desmemória eterna.





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