Paulo foi ao pé da sobrinha, e disse-lhe:
— Teodora, vamos. A mulher tem razão, porque é criada da casa e tem de dar contas.
— Não sou criada; sou aia da fidalga — corrigiu a viúva, ofendida nas dragonas do seu defunto tenente.
— Aia, ou o diabo que é — tornou Paulo. — Vem daí sobrinha — e tirou-a pelo braço, enquanto ela assestava os punhos fechados ao retrato de Ifigénia.
À saída daquela casa, D. Teodora, a consorte fiel, a mulher que fez eclipse nas virtudes conjugais do Indostão, sentiu quebrar-se o último cabelo que a prendia à história das pessoas exemplares.
Naquela hora funesta, lembrou-se com saudades do primo Lopo de Gamboa.
O patife vencera!