Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: CAPÍTULO V

Página 107
No fim os aplausos estalaram como foguetes, encheram-se os copos, um gritou:

- Pela señorita Carmen! hip! hip! Hurrah!

Os aplausos ecoaram no mar.

Ela estava extremamente embaraçada, compreendia que só, no meio daquelas aclamações de homens, a sua posição era equívoca e ousada.

- Ora vejam! disse eu então, com uma bonomia mefistofélica, é pena que as senhoras não ouvissem, e que estejamos aqui sós, entre rapazes, na pândega.

Carmen deitou-me um vivo olhar de odio: eu estava vingado.

Um dos ingleses, no entanto, Mr. Reder, continuava, erguendo o copo, cheio de punch:

- A Carmen Puebla! Hip! hip! hip!

- Hurrah! responderam os outros entusiasmados.

E o eco triste do mar, repetiu:

- Hurra!

Tocou uma sineta. Eram onze horas. Apagaram se as luzes, quase todos desceram rapidamente. Havia um forte vento de noroeste. O balanço do navio crescia. Navegávamos então à vista da terra de África. Quando a tolda ficou deserta, sentiu-se mais vivamente o vento uivar nas cordagens, e bater a grande pancada do mar.

De espaço a espaço a sineta marcava os quartos: e a voz melancólica do marinheiro de vigia, dizia, pausadamente:

- All is well.

Havia duas horas que eu tinha descido ao beliche. Estava naquela confusa penumbra que não é o sono, nem a vigília, mas um vago sonho vivo que se sente e que se domina: via a condessa passar numa nuvem com Ritmel, alegre, bebendo cerveja; via Carmen vestida de monge, dançando sobre a corda bamba; e estas visões confundiam-se com o balanço e com o bater do hélice.

De repente senti uma pancada pavorosa. O navio estremeceu, parou, ressoou um grande grito.

<< Página Anterior

pág. 107 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 107

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240