Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 25: CAPÍTULO XIII

Página 141
E eu estou aqui a morrer. E ele? lembrar-se-á de mim? também não. Choro, choro, quando penso que o não vejo, que não está aqui, que morro e que ele se não lembra de mim!

E soluçava, com a cabeça escondida no travesseiro.

- Ritmel é uma alma nobre. Estima-a, creia…

- Mas esquece-me! dizia ela suspirando e limpando os olhos. De resto, de mim ninguém se lembra. Eu não sou uma mulher de quem se seja enfermeiro. «Estás boa? estás alegre? amo-te». «Estás a morrer? Vai-te fazer enterrar para outro sitio!» É bem triste este mundo!

Lord Grenlei, com os olhos rasos de água, mordia convulsamente o seu cachimbo.

- Guarde bem os meus cabelos, sim? dizia-me ela. Diziam que eram bonitos. Se eu por acaso não morresse, tínhamos de ir todos a Sevilha. Que lindo que é Sevilha. à tarde, nas Delicias, todo o mundo traz um ramo de flores.

De repente abriu demasiadamente os olhos como diante de uma coisa pavorosa; levou as mãos à face, gritou:

- Meu padre, meu padre, tenho medo. Não é já o castigo, não? Se caio no inferno, meu Deus!

- O inferno é uma visão, minha pobre senhora! dizia o capelão. Os castigos de Deus não são feitos com o fogo.

- Tem razão, tem razão. Sinto-me morrer, venham todos. Lembrem-se de mim, sim?

Alguns marinheiros tinham-se aproximado. O capelão ajoelhou: todos tiraram os barretes, rezavam baixo. Lord Grenlei ficara de pé, descoberto, imóvel. Grossas nuvens escuras corriam outra vez no céu. O vento começava a assobiar.

- Adeus, disse-me ela. Dê-me a sua mão. Bem. Fui uma boa rapariga, por fim… Um pouco estroina, talvez… Lord Grenlei, obrigada. Que tristeza, ter morrido alguém no seu yacht!… Que é aquilo, além, ao longe? É a terra? São nuvens. Ah! meu querido Ritmel! ah! meu amor, ouve-me, onde estás tu?

Duas grandes, tristes lágrimas, correram-lhe na face: teve ainda força para as enxugar.

<< Página Anterior

pág. 141 (Capítulo 25)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 141

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240