Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 28: QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I

Página 155
A um recanto, minha mãe sorria, com os olhos banhados de ternura, do fundo da caverna formada em redor do seu rosto pela côca de uma ampla e poderosa mantilha de pano preto.

Fiz depois os estudos preparatórios no liceu da cidade, e vim finalmente matricular-me em Lisboa na escola de medicina.

Vivo pobre, humilde e obscuramente, tenho a minha existência adstrita a uma pequena mesada, à convivência de alguns companheiros de estudo e ao trato de duas senhoras velhas e pobres, irmãs de um capitão reformado, antigo aboletado do meu pai, em cuja casa de hóspedes eu tenho por modico preço a minha moradia na capital.

A única luz que atravessava a sombra da minha vida de desterro, de desconsolo e de trabalho, era a lembrança de teresinha…

Terezinha! a doce, a meiga, a querida companheira, à qual eu consagro principalmente estas páginas, que são o capitulo único da minha vida que ela não conhece, a confissão sincera, a história completa do único erro de que posso acusar-me perante a sua inocência, a sua bondade, e o seu amor!

Terezinha! adorada flor escondida entre as estevas dos nossos montes, que ninguém conhece, que ninguém viu, de quem ninguém se ocupa, e que no entanto inundas inefavelmente a minha mocidade e a minha vida com o sagrado perfume de um amor casto, puro, imperturbável e calmo como a luz das estrelas.

Se tu as entenderás, minha inocente amiga, estas palavras!

Se me perdoarás, tu, a enfermidade passageira e misteriosa, cuja história eu ponho confiadamente nas tuas mãos, pedindo-te, não o balsamo da cura para uma chaga que está fechada para sempre, mas o sorriso da benevolência e do perdão para a vaga e sobressaltada melancolia do convalescente ajoelhado aos teus pés!

Como quer que tenha de ser, minha noiva, eu entendo cumprir perante a minha consciência um dever sagrado contando-te, sem omissões e sem reticências, tudo, absolutamente tudo, quanto se passou por mim.

<< Página Anterior

pág. 155 (Capítulo 28)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 155

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240