Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 32: CAPÍTULO V

Página 185

Mas eu ficava sendo um falsário. Repeti a mim mesmo esta palavra sinistra e estremeci de horror. Era preciso achar outro meio, que eu procurava debalde. E no entanto o tempo corria. Veio a noite. Lembrei-me que o primo da condessa poderia vir de Cascais prevenido por ela, e cheguei a sair de casa com pregos e um martelo para encravar a fechadura da porta e retardar a entrada no prédio onde se achava o morto. Ocorreram-me mil ideias fantásticas, cada qual mais absurda. Passeei por muito longe, a pé, meditando, inquieto, nervoso, congestionado, estafado, devorado de febre, palpando no fundo do bolso o bilhete terrível com que poderia desviar a responsabilidade da cabeça de um criminoso, tomando todavia para mim uma parte igual no seu remorso.

Finalmente, por volta da meia noite, sem bem saber porquê, nem para quê, levado por uma atração terrível, atrás de uma suprema inspiração, cingi-me com o muro, abri a porta, penetrei na casa. Então me encontrei inesperadamente com o doutor e com a pessoa conhecida no decurso desta história pelo nome de mascarado alto.

O primo da condessa, tendo chegado de Cascais ao meio dia, acompanhado de dois amigos íntimos, inquieto pelo desaparecimento de Ritmel, que era seu hóspede e vivia como homiziado em casa dele em Lisboa, foi ao prédio misterioso de que possuía uma chave e que sabia ser frequentado regularmente pelo inglês, e encontrou aí o cadáver. Conhecendo as relações de Ritmel com a condessa, ponderando quanto havia de delicado na necessidade de manter o maior sigilo em volta daquela catástrofe, e julgando por outro lado indispensável que o testemunho de um médico constatasse a morte, que poderia ser apenas aparente, planeou e realizou a emboscada em que surpreendeu o doutor ***, que ele sabia casualmente que passaria nessa tarde pela estrada de Sintra.

<< Página Anterior

pág. 185 (Capítulo 32)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 185

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240