- Pois bem, ontem uma pessoa, que casualmente não podia sair de casa, pediu-me que viesse ver se o encontrava…
Nós esperávamos, petrificados, o fim daquelas confissões.
- Encontrei-o morto ao chegar aqui. Na mão tinha este papel.
E tirou do bolso meia folha de papel de carta, dobrada.
- Leia, disse ele ao mascarado.
Este aproximou o papel da luz, deu um grito, caiu sobre uma cadeira com os braços pendentes, os olhos cerrados.
Ergui o papel, li:
I declare that I have killed myself with opium.
(Declaro que me matei com ópio).
Fiquei petrificado.
O mascarado dizia com a voz absorta como num sonho:
- Não é possível. Mas é a letra dele, é! Ah! que mistério, que mistério!
Vinha a amanhecer.
Sinto-me fatigado de escrever. Quero aclarar as minhas recordações. Até amanhã.