Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I

Página 48
M. C. evidentemente sacrifica-se. Por quem, ignoro-o. Mas sacrifica-se, e na ignorância de que estas dedicações são sempre desapreciadas perante o trabalho da polícia, quer expiar o crime de outro; perde-se para salvar alguém.

Com que interesse? porque seduções? Não sei explicar. Ele, tão indiferente ao dinheiro! tão rígido de costumes e de sensações!

Pois bem! M. C. pode sacrificar-se; pôde-o fazer. Nós, seus amigos, é que não podemos consenti-lo. O seu corpo, que lhe pertence exclusivamente, pode dá-lo à infeção de um carcere, ou ao peso de uma grilheta. Mas o seu carater, a sua honra, a sua reputação, a sua alma, essa pertence também aos seus amigos, e a parte que nos pertence havemos de defende-la corajosamente.

Não! M. C. não foi o assassino. Di-lo a evidencia, a fatal logica dos fatos, a terrível matemática do tempo, o conhecimento do seu carater, e a coerência dos temperamentos, que é uma verdade nas ciências fisiológicas. Não, não é o assassino. Se o diz, está louco, mente. Digo-lho claramente, em frente, diante dos seus próprios olhos fitos sobre os meus: - Se te declaras o autor desse crime, mentes!

Ele tem decerto o senso moral transviado. Se me deixassem falar-lhe!… Esclareçam-lhe, pelo amor de Deus, aquela razão cheia de escuras nuvens da paixão e da dor! Isto é aflitivo! Honra, amor, família, esperança, tudo esqueceu esse homem! Que se lembre, o desgraçado, que não é só neste mundo. Que se lembre que talvez a estas horas, no fundo da província, sua mãe, suas irmãs, sabem já que ele está aqui apontado como assassino! Que se lembre da terrível desonra, do seu futuro perdido, das horas solitárias da prisão, da atroz vergonha de um interrogatório publico, e do eco profundo que faz na alma humana o ruido sinistro dos ferros da grilheta.

<< Página Anterior

pág. 48 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 48

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240