— Sim, se não gostasse...?
Enquanto eu esperava pela resposta, Miles olhou para as sepulturas.
— Oh, a senhora sabe muito bem o que quero dizer! — Ainda assim, o rapaz insistia em não se mover, antes preferindo algo que me fez sentar na lápide de pedra, como que dominada por um súbito cansaço. — O meu tio pensa da mesma forma que a senhora?
E como é que sabe aquilo que penso?
— Ora, é óbvio que não sei. Mas isso não é para admirar, uma vez que a minha amiga nunca me diz seja o que for. Só gostava de saber se ele sabe.
— Se sabe o quê, Miles?
— Como eu estou, Caro!
De imediato me apercebi de que, para responder a semelhante pergunta, teria forçosamente de sacrificar o meu patrão. Mas, quase ao mesmo tempo, compreendi também que, tendo em conta todos os sacrifícios que era necessário fazer em Bly, aquele acabava por revelar-se insignificante.
— Não me parece que o seu tio se importe muito com esse tipo de coisas.
Ao escutar isto, Miles permaneceu imóvel, os olhos fixos nos meus.
— Isso significa que pensa que não vamos conseguir? — Conseguir o quê? — Que ele venha até cá, claro! —E quem é que conseguiria uma coisa dessas? — Eu! — exclamou ele, com uma vivacidade e uma ênfase extraordinárias. E, depois de me brindar com mais um dos seus olhares carregados de significado, virou-me as costas e entrou na igreja.