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Capítulo 10: X - LAURENCE E CORENTIN

Página 108
- Aqui tem, cidadã; os ministros tomaram a responsabilidade do caso...

- Poderíamos perguntar-lhe - disse-lhe Corentin ao ouvido - com que direito alberga em sua casa os assassinos do Primeiro Cônsul? Aplicou-me nos dedos uma chicotada que me autorizará a dar um dia destes uma ajudazinha para expedir os senhores seus primos, eu que vinha aqui para os salvar...

Pelo movimento dos lábios e pelo olhar que Laurence lançou a Corentin o cura compreendeu o que dizia aquele grande artista desconhecido, e fez à condessa um aceno que apenas Goulard pôde ver. Peyrade batia na tampa do cofrezinho umas pancadas secas para ver se porventura não seria formado de madeira.

- Oh! Meu Deus! - disse Laurence a Peyrade, arrancando-lhe da mão a tampa - não a quebre... Tome.

Pegou num alfinete, carregou na tampa de uma das figuras: as, duas pranchas, impelidas por uma mola, separaram-se e a que era oca apresentou as duas miniaturas dos Senhores de Simeuse, no uniforme do exército de Condé, dois retratos em marfim executados ma Alemanha. Corentin, que se encontrava frente a frente com um adversário digno de toda a sua cólera, atraiu, com um gesto, Peyrade a um canto e conferenciou secretamente com ele.

- Ia atirar, com isto ao lume? - perguntou o abade Goujet a Laurence, apontando-lhe, com um olhar, a carta da marquesa e os cabelos.

A única resposta da condessa foi encolher os ombros significativamente. O cura compreendeu que ela estava pronta a tudo sacrificar para entreter os espiões e ganhar tempo, e ergueu os olhos ao céu num movimento de admiração.

- Onde está preso Gothard, que estou a ouvi-lo chorar? - perguntou-lhe ela em voz suficientemente alta para que a ouvissem.

- Não sei - respondeu o cura.

- Terá ele ido à casa da quinta?

- À casa da quinta! - exclamou Peyrade a Corentin.

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pág. 108 (Capítulo 10)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 108

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236