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Capítulo 10: X - LAURENCE E CORENTIN

Página 107
Este sangue-frio, no meio da emoção geral, era medonho. Peyrade desdobrou as outras duas cartas.

- Oh! essas são pouco mais ou menos iguais.

Ouviram o testamento, agora aí têm a sua realização. Doravante o meu coração não terá segredos para ninguém, eis tudo.

«1794. Andernach (antes do combate):

«Minha querida Laurence,

«Amo-a para a vida inteira e quero que o saiba; mas, no caso de eu vir a morrer, fique, sabendo que o meu irmão Paulo-Maria a ama tanto como eu.

«A minha única consolação ao morrer será a certeza de que poderá um dia fazer de meu querido irmão seu marido, sem me ver consumido de ciúme, como naturalmente aconteceria se, vivos os dois, viesse a preferi-lo a mim. E, afinal, esta preferência afigurar-se-me-ia perfeitamente natural, pois talvez ele valha mais do que eu». etc.

Maria-Paulo

- Aqui tem a outra - tornou ela, com um leve rubor na testa:

«Andernach (antes do combate).

«Minha boa Laurence,

«Sinto uma certa tristeza na alma; mas Maria-Paulo tem suficiente alegria no seu feitio para lhe agradar mais do que eu. Terá, um dia destes, de escolher entre nós: pois bem, embora eu a ame apaixonadamente... »

- Corresponde-se, então, com emigrados! - disse Peyrade, interrompendo Laurence e por precaução colocando as cartas entre ele e a luz para verificar se não conteriam, nas entrelinhas, qualquer escrita em tinta simpática.

- É verdade - disse Laurence, que dobrou as preciosas cartas, cujo papel ficara crestado. - Mas com que direito violam os senhores o meu domicílio, a minha liberdade pessoal e todas as virtudes domésticas?

- Ah! com efeito! - exclamou Peyrade.- Com que direito? É preciso que o saiba, bela aristocrata - continuou ele, retirando da algibeira uma ordem emanada do ministério da Justiça e rubricada pelo ministro do Interior.

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pág. 107 (Capítulo 10)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 107

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236