Um Caso Tenebroso - Cap. 13: XIII – UM BOM CONSELHO Pág. 142 / 249

- Ser-nos-á dado o prazer de o termos uns dias connosco? - interrogou Laurence.

- Impossível - respondeu ele. - Se não vivêssemos tão separados pelos acontecimentos, pois vós percorrestes maiores distâncias que aquelas que nos afastam uns dos outros, saberias, querida filha, que eu tenho filhas, noras, netas e netos. Toda esta gente ficaria em cuidado se me não visse regressar esta noite, e eu tenho ainda dezoito léguas para andar!

- Mas tem muito bons cavalos - tomou-lhe o marquês de Simeuse.

- Venho de Troyes, onde ontem tive que fazer. Após as perguntas habituais acerca da família da marquesa de Chargeboeuf e de coisas realmente indiferentes, pelas quais a cortesia manda que as pessoas se interessem vivamente, ao Senhor de Hauteserre afigurou-se-lhe que o Senhor de Chargeboeuf vinha recomendar aos seus jovens parentes que não cometessem qualquer imprudência. Na opinião do velho marquês, os tempos tinham mudado muito, e ninguém podia dizer qual o futuro do imperador.

- Oh! -exclamou Laurence-, acabará deus! O bom velho falou de concessões que era preciso fazer. Ao ouvir exprimir a necessidade ,de submissão, com muito mais segurança e autoridade que aquela que ele punha nas suas doutrinas, o Senhor de Hauteserre olhou para os seus filhos com um olhar quase súplice.

- O senhor serviria esse homem? - perguntou o marquês de Simeuse ao marquês de Chargeboeuf.

- Com certeza. Se fosse preciso fazê-lo no interesse da minha família,

Por fim, o velho deixou entrever, mas vagamente; perigos distantes; Laurence rogou-lhe que se explicasse, "e ele aconselhou aos quatro gentis-homens que não voltassem a caçar e que se mantivessem sossegados em casa.

-Vós considerais sempre as terras de Gondreville como se fossem vossas - disse ele aos Senhores de Simeuse - reavivais assim um ódio terrível.





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