Um Caso Tenebroso - Cap. 13: XIII – UM BOM CONSELHO Pág. 147 / 249

- Bonaparte - disse ele - faz duques. Criou feudos do Império, fará condes. Malin gostaria de ser conde de Gondreville. Ora aqui está uma ideia que talvez - acrescentou, olhando para os Senhores de Simeuse - vos pudesse ser útil...

- Ou funesta - rematou Laurence, Logo que os seus cavalos foram atrelados, o marquês ergueu-se para partir e toda a gente o acompanhou. Uma vez instalado na sua carripana, acenou a Laurence, para que ela se aproximasse, e esta saltou para o estribo do carro coma ligeireza de uma ave.

- Vós não sois uma mulher vulgar, e deveríeis compreender-me ~ disse-lhe ele ao ouvido. - Malin sente remorsos de mais para vos deixar em paz: Há-de armar-vos um laço. Pelo menos tomai cuidado com os vossos actos, mesmo os mais insignificantes! Enfim, transigi; aqui tendes a minha última palavra.

Os dois irmãos ficaram de pé junto da prima, no meio do relvado, seguindo com a vista, numa completa imobilidade, o «calhambeque» que saía o portão e metia pelo caminho de Troyes, pois Laurence repetira-lhes a última palavra do bom homem. A experiência nunca se deve apresentar num «calhambeque», de meias sarapintadas e com a cabeleira apanhada na nuca. Nenhum daqueles corações jovens podia conceber a mudança que se estava a operar em França; a indignação remexia-lhes os nervos, e a honra borbulhava-lhes em todas as veias do seu nobre sangue.

- O Senhor de Chargeboeuf! - exclamou o marquês de Simeuse - um homem cuja divisa é:

VENHA ALGUEM MAIS FORTE: (Adsit fortior!), um dos mais belos gritos de guerra que existem...

- Acabou por ficar Boeuf - comentou Laurence, sorrindo com amargura.

- Já não estamos no, tempo de São Luís! - disse o mais novo dos Simeuse.

- MORRER CANTANDO! - exclamou a condessa.





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