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Capítulo 13: XIII – UM BOM CONSELHO

Página 146

- Crianças - disse o velho marquês de Chargeboeuf, pegando nos três pela mão e afastando-se com eles para um dos relvados, nessa altura coberto de uma ligeira camada de neve -, ide-vos exaltar ao ouvirdes os conselhos de um homem prudente, mas eu tenho obrigação de o, fazer, e aqui têm o que eu no vosso caso faria: arranjaria para medianeiro um pobre velho, como quem diz eu, encarregá-lo-ia de pedir um milhão a Malin, contra uma ratificação da venda de Gondreville... Oh! ele estaria de acordo, desde que a coisa se mantivesse secreta. Vós teríeis, pela cotação actual dos fundos, cem mil libras de renda e iríeis comprar qualquer bela propriedade noutro ponto da França, deixaríeis que o Senhor de Hauteserre administrasse Cinq-Cygne, e tiraríeis à sorte qual de vós seria o marido desta bela herdeira. Mas o falar dos velhos é para o ouvido dos novos o que o falar dos novos é para o ouvido dos velhos: um ruído cujo sentido fica sem sentido.

O velho marquês acenou aos seus três parentes que não queria que lhe respondessem, e voltou para o salão, onde, durante a conversa que tinham mantido cá fora, aparecera o abade Goujet e a senhora sua irmã. A proposta de tirarem à sorte a mão da prima revoltara os dois Simeuse, e Laurence parecia como que nauseada com a acidez do remédio que o parente sugerira. Eis porque todos três passaram a ser menos amáveis para ele, embora sem deixarem de ser corteses. A afeição estava conturbada. O Senhor de Chargeboeuf, que sentia esse frio, por várias vezes relanceou àquelas três encantadoras criaturas olhares cheios de compaixão. Embora a conversa se tivesse generalizado, nem por isso deixou de insistir na necessidade de se submeterem aos acontecimentos, louvando o Senhor de Hauteserre pela persistência com que queria que os seus filhos retomassem o serviço das armas.

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pág. 146 (Capítulo 13)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 146

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236