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Capítulo 17: XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS

Página 179
Enfim, via-se logrado por esses jovens que lhe tinham prometido viver pacificamente.

- O vaticínio de Fouché cumpriu-se! - exclamou ele, lembrando-se da frase que dois anos antes escapara ao seu ministro, actual da polícia, que a pronunciara apenas graças ao relatório feito por Corentin acerca de Laurence.

Não é possível imaginar-se, sob um governo constitucional, onde ninguém se interessa pela coisa pública cega e muda, ingrata e fria, o zelo que uma só palavra do imperador imprimia à sua máquina política administrativa. Essa poderosa vontade parecia comunicar-se por igual às coisas e aos homens. Uma vez pronunciada a sua frase, o imperador, surpreendido pela coligação de 1806 esqueceu por completo o caso. Pensava em novas batalhas, e ocupava-se em dizimar os seus regimentos para ferir um grande golpe no coração da monarquia prussiana; mas o seu desejo de que se fizesse prontamente justiça encontrou um poderoso veículo na incerteza que afectava a posição de todos os magistrados do Império. Naquela altura. Cambacérês, na sua qualidade de arquichanceler e o supremo juiz Régnier preparavam a instituição dos tribunais de primeira instância, dos tribunais imperiais e dos supremos tribunais; agitavam a questão dos trajos, a que Napoleão atribuía tanta importância e com muita razão; examinavam o pessoal e procuravam 0S restos dos parlamentos abolidos. Claro que os magistrados do departamento de Aube pensavam que dar provas de zelo no caso do rapto do conde de Gondreville era uma excelente recomendação. As suposições de Napoleão tornaram-se, por isso certezas para os cortesãos e para as massas.

A paz ainda reinava no continente, e a admiração pelo imperador era unânime em toda a França: adulava os interesses, as vaidades, as pessoas, as coisas, enfim, tudo, até mesmo as reminiscências.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 179

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236