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Capítulo 17: XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS

Página 187
A inocência só tem por ela o raciocínio; e o raciocínio, que pode impressionar os juízes, a maior parte das vezes, nada pode junto dos espíritos predispostos dos jurados. Toda a gente aqui - na região está contra vós. Os oito jurados que sancionaram o auto de acusação eram proprietários de bens nacionais ou funcionários. Enfim, teremos um júri Malin. Por isso será necessário um sistema completo de defesa; não abandoneis essa, posição e apresentai-vos na vossa inocência. Sereis condenados. Iremos ao supremo tribunal, e procuraremos que o processo aí se mantenha por muito tempo. Se, entretanto, eu puder recolher provas a vosso favor, tereis a possibilidade de requerer perdão. Eis a anatomia do caso e a minha opinião. Se triunfarmos (pois tudo é possível com a justiça), será um milagre; mas o vosso advogado, entre todos quantos eu conheço, é -o mais capaz de realizar um milagre desses, e eu ajudá-lo-ei.

- O senador deve ter a chave do enigma-disse então o Senhor de Granville -, pois sabemos sempre quem nos quer mal. Estou a vê-lo a deixar Paris no fim do Inverno, apresentando-se sozinho em Gondreville, sem séquito, fechando-se em casa com o seu notário, e entregando-se, por assim dizer, a cinco homens que o agarram.

- Evidentemente - atalhou Bordin -, o seu comportamento é, pelo menos, tão extraordinário como o nosso; mas como tornarmo-nos acusadores, acusados que somos, perante uma terra praticamente sublevada contra nós? Precisaríamos para isso da benevolência, do socorro do governo, e mil vezes mais provas que em qualquer situação ordinária. Vejo nisto premeditação, e da mais refinada, da parte dos nossos adversários desconhecidos, a par da situação de Michu e dos Senhores de Simeuse em relação a Malin. Não falarem! Não roubarem! Por detrás daquelas máscaras estou a ver gente muito diferente do que meros malfeitores.

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pág. 187 (Capítulo 17)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 187

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236