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Capítulo 18: XVIII – MARTA COMPROMETIDA

Página 191
Cinco dias depois da detenção dos gentis-homens, na altura em que Marta ia deitar-se, pelas 10 horas da noite, chamou-a ao pátio a mãe, que acabava de chegar a pé da sua casa na quinta.

- Um operário de Troyes quer falar-te da parte de Michu, e espera por ti no caminho vão - disse ela a Marta.

-Ambas passaram pela brecha para atalharem caminho. Na obscuridade da noite, não pôde Marta distinguir nada mais que o vulto de uma pessoa nas trevas.

- Fale, minha senhora, para que eu tenha a certeza de que é, realmente, a Senhor Michu - disse esse vulto, numa voz bastante inquieta.

- Com certeza - tornou-lhe Marta. - E que quer o senhor?

- Está bem - voltou o desconhecido, - Deixe ver a sua mão: não tenha medo de mim. Eu venho - acrescentou ele, inclinando-se para o ouvido de Marta -, da parte de Michu, dizer-lhe uma palavrinha. Sou um dos empregados da cadeia, e se os meus superiores dessem pela minha saída, estaríamos perdidos. Confie em mim. Noutros tempos foi o seu digno• homem quem me colocou neste lugar. Por isso Michu pôde contar comigo.

Depositando uma carta na mão de Marta, o vulto desapareceu, no meio da floresta, sem aguardar resposta. Marta sentiu como que um calafrio ao pensar que ida, por certo, conhecer a chave do enigma. Correu para a casa da quinta com a mãe e fechou-se para ler a carta seguinte:

«Minha querida Marta: podes ter confiança na discrição do homem que te entregar esta carta: ele não sabe ler nem escrever, é um dos mais sólidos republicanos da conspiração de Babeuf; teu pai serviu-se várias vezes dele, que considera o senador um traidor. Ora, minha querida mulher, o senador foi emparedado por nós no subterrâneo onde escondemos os nossos patrões. O desgraçado só tem comida para cinco dias, e, como temos todo o interesse que ele continue vivo, logo que tenhas lido esta cartinha leva-lhe alimentos pelo menos para cinco dias.

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pág. 191 (Capítulo 18)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 191

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236