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Capítulo 21: XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR

Página 227
No fundo da sua caleche caíra naquela espécie de dormência em que cai o criminoso quando sabe chegada a hora do suplício. A natureza inteira cobre-se então de um fervilhar de vapor, e as coisas mais vulgares revestem-se de um aspecto fantástico. Esta ideia: «Se eu não conseguir, eles matam-me», abatia-se-lhe na alma como no suplício da roda outrora a barra do carrasco em cima dos membros do paciente. Cada vez se sentia mais alquebrada, ia perdendo toda a sua energia na expectativa do cruel momento, decisivo e rápido, em que se encontrasse frente a frente com o homem de quem dependia o destino de quatro gentis-homens. Tomara o partido de deixar-se abandonar à sua prostração para não despender inutilmente a energia. Incapaz de compreender este cálculo das almas fortes e que de forma muito diferente se traduz no exterior, pois nestas horas supremas certos espíritos superiores entregam-se a uma alegria surpreendente, o marquês tinha medo de não conseguir levar Laurence com vida até àquele encontro, solene apenas para eles, mas que, sem dúvida, ultrapassava as proporções ordinárias da vida privada. Para Laurence, humilhar-se diante daquele homem, alvo do ódio e do desprezo que lhe votava, implicava a morte de todos os seus sentimentos generosos.

- Depois disto - dizia ela -, a Laurence que sobreviverá em nada se parecerá com aquela que vai morrer.

No entanto, muito difícil foi aos dois viajantes não se darem conta do imenso movimento de homens e de coisas que os envolveu mal entraram na Prússia. A campanha de lena principiara.

Laurence e o marquês viam as magníficas divisões do exército francês desfilando em parada como, nas Tulherias. Nesses desfiles do esplendor: militar que só as imagens da Bíblia podem descrever, o homem que animava essas massas ganhava gigantescas proporções na imaginação de Laurence.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 227

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236