Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 22: XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS

Página 237
A fisionomia de Laurence tem a maturidade dos frutos dificilmente amadurecidos. Uma espécie de altivez religiosa orna hoje esta fronte experimentada pela vida. No momento em que a marquesa veio instalar-se na nova casa, a sua fortuna, aumentada pela lei das indemnizações, atingia duzentas mil libras de renda, sem contar com os vencimentos do marido. Laurence herdara o milhão de francos deixado pelos Simeuse. Daí para futuro gastou cem mil francos e pôs de lado o resto para instituir o dote de Berta.

Berta é o retrato vivo de sua mãe, mas sem audácia guerreira; é a mãe fina, espiritual «e mais mulher», costuma dizer Laurence, com melancolia. A marquesa não queria casar a filha antes dos vinte anos. As economias da família, prudentemente administradas pelo velho de Hauteserre e ampliadas em fundos na altura em que as rendas baixaram em 1830, formavam um dote de cerca de oitenta mil francos de rendimento para Berta, a qual, em 1833, tinha vinte anos.

Por esta data. a princesa de Cadignan, que queria casar o filho, o duque de Maufrigneuse, havia alguns meses que o aproximara da marquesa de Cinq-Cygne. Georges de Maufrigrreuse jantava três vezes por semana em casa da marquesa, acompanhava a mãe e a filha aos Italianos, curveteava, no Bois, em volta da sua caleche quando elas saíam a passeio. Tornou-se então evidente para a sociedade do faubourg de Saint-Germain que Georges amava Berta. No entanto ninguém podia saber se a Senhora de Cinq-Cygne desejava fazer de sua filha duquesa, na esperança de a ver princesa; ou se a princesa desejava para seu filho um tão belo dote, se a célebre Diana ia ao encontro da nobreza de província, ou se a nobreza de província se assustava com a celebridade da Senhora de Cadignan, com os seus gostos e a sua vida ruinosa.

<< Página Anterior

pág. 237 (Capítulo 22)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 237

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236