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Capítulo 22: XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS

Página 238
No intuito de não prejudicar o filho, a princesa, que se fizera devota, emparedara a sua vida íntima, e passava a estação estival em Genebra, numa villa.

Uma noite, a senhora princesa de Cadignan tinha em sua casa a marquesa de Espard, e De Marsay, presidente do conselho. Foi a última vez que viu este seu antigo amante, pois ele veio a morrer no ano seguinte. Rastignac, subsecretário de Estado, adido ao ministério De Marsay, dois embaixadores dois oradores célebres que tinham ficado na Câmara dos Pares, os velhos duques de Leononcourt e de Navarreins, o conde de Vandenesse e a sua jovem esposa, d’ Arthez, encontravam-se lá também e formavam uma roda assaz estranha, cuja composição se explicará fàcilmente: tratava-se de obter do primeiro-ministro um salvo-conduto para o príncipe de Cadignan. De Marsay, que não queria tomar essa responsabilidade vinha dizer à princesa que o assunto estava em boas mãos. Um velho político devia trazer-lhe a solução durante aquela soirée. Anunciaram a marquesa e a Menina de Cinq-Cygne. Laurence, cujos princípios eram inflexíveis, sentiu-se não surpreendida, mas chocada por ver os representantes legitimistas mais ilustres, numa e noutra Câmara, conversando e rindo com o primeiro-ministro daquele a quem ela chamava sempre o senhor duque de Orléans, escutando-o. De Marsay, como uma lâmpada quase a extinguir-se, despedia as suas últimas centelhas. De bom grado esquecia as preocupações da política. A marquesa de Cinq-Cygne aceitava De Marsay como dizem que a corte de Áustria aceitava então o Senhor de Saint-Aulaire: o homem de sociedade abria as portas ao ministro. Empertigou-se, porém, como se o seu assento fosse de ferro ao rubro, quando ouviu anunciar o senhor conde de Gondreville.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 238

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236