Mas o que ele nunca esqueceu foi a expressão de menosprezo dos dois irmãos, e o «saia!» da Menina de Cinq-Cygne. Por isso, quando se falou na venda nacional dos bens do conde de Cinq-Cygne; irmão de Laurence, logo a partilha foi rigorosamente feita. Os agentes do distrito apenas deixaram a Laurence o castelo, o parque, os jardins e a quinta conhecida por de «Cinq-Cygne». Pelas instruções dadas por Malin, Laurence só tinha direito à sua legítima, estando a Nação no lugar do emigrado, sobretudo por ser certo ele usar das armas contra a República.
Na noite dessa furiosa tempestade, Laurence tanto implorou aos seus primos que partissem, receosa por eles de alguma traição ou cilada da parte do representante, que aqueles montaram a cavalo e dirigiram-se para os postos avançados do exército prussiano. Na altura em que os dois irmãos chegavam à floresta de Gondreville, o solar de Cinq-Cygne era cercado; o representante lá estava pessoalmente, e bem guardado, pronto a prender os herdeiros da casa de Simeuse. Não ousou apoderar-se da condessa de Cinq-Cygne, de cama com um horrível febrão nervoso, nem de Laurence, uma criança de doze anos. Os criados, com receio da severidade dá República, haviam desaparecido.
No dia seguinte pela manhã, a nova da resistência dos dois irmãos e da sua fuga para a Prússia, segundo se dizia, espalhou-se pelos arredores; três mil pessoas se juntaram diante do solar de Cinq-Cygne, que foi reduzido a escombros num abrir e fechar de olhos. A Senhora de Cinq-Cygne, transportada para o solar de Simeuse, aí veio a morrer num acesso de febre. Só depois destes acontecimentos Michu aparecera na cena política, pois o marquês e a marquesa estiveram presos perto de cinco meses. Durante este período, o representante de Aube teve de desempenhar uma missão.