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Capítulo 3: III - AS MALÍCIAS DE MALIN

Página 27
e tal convicção saiu certa. Animados pelo espírito de vingança postaram-se por cima da porta cocheira e carregaram as armas, prontos a matar Malin na altura em que ele se apresentasse. A condessa perdera a cabeça, via já a sua casa pasto das chamas e a filha assassinada; censurava os seus parentes pela heróica defesa que ocupara a- França durante oito dias. Laurence entreabriu a porta; à intimação de Malin. Ao vê-la, o representante confiou no seu carácter temível na fraqueza daquela criança e entrou.

- Como assim - tornou-lhe ela mal ele pronunciou a primeira palavra a pedir explicações sobre aquela resistência - então o senhor quer dar a liberdade à França e não protege as pessoas em sua própria casa? Querem destruir-nos o solar; matar-nos, e nós não teremos o direito de repelir a força pela força?...

Malin ficara especado no chão.

- O senhor, neto de um pedreiro que trabalhou para o grande marquês na construção do seu castelo - disse-lhe Maria-Paulo - acaba de deixar arrastar o nosso pai para a prisão, acreditando numa calúnia!

. - Ele será posto em liberdade - tornou-lhe Malin, que se julgou perdido ao ver que cada um dos jovens apertava convulsivamente na mão a espingarda que empunhavam.

- Deve a vida a essa promessa - disse-lhe solenemente Maria-Paulo. - Mas se ela não se cumprir esta noite mesmo, fique certo de que o não perderemos de vista!

- Quanto à populaça que para aí está a gritar - acrescentou Laurence - se o senhor a não mandar retirar, o primeiro tiro é para si… Agora, Senhor Malin, saia!

O convencional saiu e arengou à turba, evocando os direitos do lar. o habeas corpus e o domicílio inglês. Disse que a lei e o, povo eram soberanos, que a lei era o povo, que o povo não podia agir senão pela lei, e que a força não faltava à lei.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 27

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236