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Capítulo 3: III - AS MALÍCIAS DE MALIN

Página 31
Uma coligação importante, a Prússia, a Áustria e a Rússia, soldadas pelo oiro inglês, devia pôr em armas setecentos mil homens. Ao mesmo tempo uma conspiração formidável alargava a sua rede até ao interior e reunia os montanheses, os chouans, os realistas e os seus príncipes.

- Enquanto Luís XVIII viu três cônsules convenceu-se de que a anarquia continuava e que, aproveitando um movimento qualquer, se vingaria do 13 de Vindemiário e do 18 de Frutidor - disse Malin -; mas o consulado vitalício desmascarou as intenções de Bonaparte, que não tarda imperador. O ex-tenente sonha criar uma dinastia! Ora, desta vez querem tratar-lhe da saúde e a coisa ainda está mais habilmente montada que a da Rua de Saint-Nicaise. Pichegru, George, Moreau, o duque de Enghien, Polignac e Riviere, os dois amigos do conde de Artois, pertencem à conjura.

- Que misturada! - exclamou Grévin.

- A França será invadida surdamente; querem fazer um assalto geral, e todos os recursos lhes servem. Cem homens decididos, comandados por George, devem atacar a guarda consular e o próprio Cônsul corpo a corpo.

- Bom, então denuncia-os!

- Há dois meses que o Cônsul, o seu ministro da polícia, o prefeito e Fouché têm na mão grande parte desta trama imensa! Mas não lhe conhecem toda a extensão e, de momento, deixam à solta quase todos os conjurados, na esperança de virem a saber tudo.

- Quanto a direitos - observou o notário-, os Bourbons têm muito mais 0 direito de conceber, de conduzir, de executar uma acção contra Bonaparte do que Bonaparte de conspirar no 18 de Brumário contra a República, de que é filho; assassinava a própria mãe, enquanto que estes querem tomar posse do que é deles. Compreendo que ao verem encerrada. a lista dos emigrados, multiplicadas as irradiações, restabelecido o culto católico e acumulados os mandatos de captura contra-revolucionários, os príncipes tenham percebido que o seu regresso era difícil, para não dizermos impossível.

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pág. 31 (Capítulo 3)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 31

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236