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Capítulo 1: I - OS JUDAS

Página 4
Ximeuse era um feudo situado na Lorena. O nome pronunciava-se Simeuse, e acabaram por escrevê-lo como se, pronunciava.

A grande fortuna dos Simeuse, gentis-homens dedicados à casa de Borgonha, remonta ao tempo em que os Guise ameaçaram os Valois. Richelieu, em primeiro lugar, depois' Luís XIV, lembraram-se da dedicação dos Simeuse à facciosa casa de Lorena e repeliram-nos. O marquês de Simeuse de então, velho borguinhão, velho guisard, velho f confederado, velho frondista (herdara os quatro grandes rancores da nobreza contra a realeza), veio viver para Cinq-Cygne. Este cortesão, enxótado do Louvre, casara com a' viúva do conde de Cinq-Cygne, a filha mais nova da famosa casa de Chargeboeufe, uma das mais ilustres do velho condado da Champagne, e que veio a ser tão célebre e mais opulenta ainda que a filha mais velha. O marquês, um dos homens mais ricos daquele tempo, em vez de arruinar-se na Corte, edificou Gondreville, trabalhou as suas terras, e juntou-lhes mais, unicamente para poder caçar à vontade. Levantou, igualmente, em Troyes, o solar de Simeuse, não longe do solar de Cinq-Cygne. Estas duas velhas casas e o paço episcopal foram, \ por muito tempo, em Troyes, as únicas casas de alvenaria. O marquês vendeu Simeuse ao duque de Lorena. O filho dissipou as economias e boa parte desta grande fortuna durante o reinado de Luís XV; mas acabou comandante de marinha, depois vice-almirante, reparando as loucuras da juventude graças a uma carreira brilhante. O marquês de Simeuse, filho desse marinheiro, morrera no cadafalso, em Troyes, deixando dois filhos gémeos que emigraram e se encontravam nesta altura no estrangeiro, companheiros de infortúnio da casa de Condé.

A rotunda era outrora o ponto de. reunião das caçadas do Grande Marquês.

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 4

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236