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Capítulo 4: IV - FORA A MÁSCARA!

Página 42
Ele, que se não sentia apreciado, que interpretava a atitude sofredora e melancólica da mulher por carência de amor, ele, que a deixava entregue a si própria, vivendo noutro mundo, compreendera, de repente, o que queriam dizer as suas lágrimas: amaldiçoava o papel que a sua beleza a obrigara a desempenhar por vontade paterna. A felicidade brilhara com o seu mais vivo esplendor, no meio da tempestade, como um relâmpago. E devia ser um relâmpago! Um e outro evocavam dez anos de desentendimento e acusavam-se a si próprios. Michu ficou de pé, imóvel, o cotovelo apoiado na carabina e o queixo no cotovelo, como que mergulhado num meditar profundo. Um momento assim, eis quanto basta para, se aceitarem as dores do mais doloroso passado.

Agitada por milhares de ideias semelhantes às do marido, Marta sentia o coração opresso com o perigo que corriam os Simeuse, pois compreendera tudo, inclusivamente a presença dos dois parisienses; mas a existência da carabina é que ela não podia compreender Correu como uma corça e dentro de pouco estava no caminho do castelo; muito se surpreendeu ao ouvir atrás dela os passos de outro homem: soltou um grito e a grossa mão de Michu tapou-lhe a boca.

- Do alto do cabeço vi reluzir ao longe a prata dos chapéus debruados. Entra pela brecha do fosso, que fica entre a torre de Mademoiselle e as cavalariças; os cães não. te ladram. Passa pelo jardim, chama a condessinha pela janela; ela que mande selar o cavalo, e que o traga pelo fosso; eu lá estarei, depois de estudar o plano dos parisienses e arranjar maneira de lhes escapar.

O perigo, que rolava como uma avalanche e era preciso evitar, deu asas a Marta.

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pág. 42 (Capítulo 4)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 42

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236