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Capítulo 8: VIII-UM RECANTO DA FLORESTA

Página 82
E aqui tem.

- Grande nobreza a sua - disse Laurence, estendendo a mão a Michu, que quis ajoelhar para lha beijar.

Laurence, ao ver o seu gesto, evitou-o e disse-lhe:

- De pé, Michu! - num tom de voz e com um olhar que naquele momento o fizeram tão feliz quão infeliz fora naqueles doze anos.

- A sua recompensa" Menina, é como se eu tivesse feito-tudo quanto me era devido fazer - tornou-lhe ele. - Está a ouvi-los, os hússares da guilhotina? Vamos conversar para outro sítio.

Michu pegou no bridão da égua do lado para o qual a condessa estava de costas, e disse-lhe:

- Trate apenas de se aguentar bem na sela, de picar o animal e de proteger a cara contra os ramos que a podem fustigar.

Depois, durante meia hora, a galope rasgado, conduziu a jovem às voltas e contravoltas, cruzando o seu próprio caminho, através das clareiras, para baralhar os trilhos, até um ponto da floresta onde se deteve.

- Já não sei onde estou, e posso dizer que conheço a floresta tão bem como tu - disse a condessa, olhando à sua roda.

- Estamos mesmo no centro - tornou-lhe ele. -- Diante de nós temos ainda dois gendarmes, mas estamos salvos!

O local pitoresco onde o administrador conduzira Laurence devia vir a ser tão fatal para as principais personagens deste drama e para o próprio Michu, que descrevê-lo é dever de um historiador. Aliás, essa paisagem, como teremos ocasião de ver, tornou-se célebre nos fastos judiciários do Império.

A floresta de Nodesme fazia parte de um convento chamado de Notre-Dame. Este, convento, assaltado, saqueado, demolido, desapareceu completamente, com monges e bens. A floresta, cobiçada por muitos, foi integrada na propriedade dos condes de Champagne, que mais tarde a empenharam e a deixaram vender.

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pág. 82 (Capítulo 8)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 82

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236