Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 17: Capítulo 17 Pág. 62 / 258

Depois, como que para afastar algum pensamento funesto, perguntou-me:

- O professor sabe qual é a profundidade média dos oceanos?

- Sei apenas o que as últimas sondagens nos revelaram. Se não me engano, verificou-se uma profundidade média de oito mil e duzentos metros no Atlântico Norte e de dois mil e quinhentos metros no Mediterrâneo. As sondagens mais importantes foram feitas no Atlântico Sul, perto do trigésimo quinto grau, e deram: doze mil metros, catorze mil e noventa “e um metros e quinze mil cento e quarenta e nove metros. Resumindo, calcula-se que se o fundo do mar fosse uniforme teria uma profundidade média de cerca de sete quilômetros.

- Espero mostrar-lhe algo melhor do que isso - disse-me o capitão. - Quanto à profundidade média desta zona do Pacífico, digo-lhe que é de apenas quatro mil metros.

Dito isto, dirigiu-se para o alçapão e desapareceu pela escada. Eu o segui e fui para o salão. A hélice pôs-se imediatamente em movimento e o navio atingiu uma velocidade de vinte milhas por hora.

Nos dias e semanas que se seguiram, eu o vi muito raramente. O imediato fazia o ponto de nossa posição todos os dias e o assinalava no mapa. Assim eu podia seguir a rota do “Nautilus”.

Conselho e Land passavam muitas horas comigo. Conselho tinha contado ao amigo as maravilhas do nosso passeio e o canadiano lamentava não nos ter acompanhado. Para consolo dele, todos os dias, durante algumas horas, abriam-se os painéis do salão e os nossos olhos nunca se cansavam de apreciar os mistérios do mundo submarino.

No dia 26 de novembro, às três horas da manhã, o “Nautilus” chegou ao Trópico de Câncer, a cento e setenta e dois graus de longitude.





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