Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 31: Capítulo 31 Pág. 160 / 258

Foi fácil perceber que eu tinha ferido o Capitão Nemo.

- Estéreis! Então o senhor julga que essas riquezas estão perdidas porque fui eu que as apanhei? Pensa que é para mim que me dou ao trabalho de recolher esses tesouros? Quem lhe disse que não faço bom uso deles? Julga que ignoro que existem seres que sofrem, raças oprimidas, miseráveis déspotas que é preciso abater e vítimas a vingar?

Ele parou e eu tive a impressão de que se arrependera de ter falado tanto. Mas eu adivinhara. Quaisquer que fossem os motivos que o tinham forçado a procurar a independência sob os mares, antes de tudo ele continuava a ser um homem. O coração palpitava-lhe ainda pelo sofrimento humano e a sua imensa caridade dirigia-se para os indivíduos e para as raças oprimidas.

Descobri então a quem foram destinados os milhões expedidos por ele quando o “Nautilus” navegava nas águas de Creta revoltada.





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