Às vezes deixava a fragata se aproximar bastante e depois fugia de novo. Ned Land continuava no seu posto, de arpão na mão, pronto para disparar.
- Vamos apanhá-lo! Vamos apanhá-lo! - gritava esperançoso, a cada vez que a fragata se aproximava do monstro.
No entanto, no momento em que se preparava para arpoá-lo, o cetáceo afastava-se a uma velocidade que talvez atingisse as trinta milhas por hora. Mesmo quando avançávamos à velocidade máxima, o animal permitia-se brincar com a fragata dando-lhe uma volta por baixo. Um enorme grito de raiva saía então de todas as gargantas.
Ao meio-dia estávamos na mesma situação que às oito horas da manhã. O Comandante Farragut decidiu usar meios mais diretos.
- Então esse animal anda mais depressa do que a minha fragata! – falou nervoso. - Pois bem, vamos ver se ele consegue escapar às balas cônicas. Mestre, mande os homens para a peça da proa.
O canhão da proa foi imediatamente carregado e apontado. O tiro partiu, mas a bala passou alguns metros por cima do cetáceo, que estava a meia milha de distância.
- Outro disparo com mais pontaria! - ordenou o comandante. - Quinhentos dólares para quem o atingir - acrescentou.
Um velho artilheiro, de barba grisalha, de olhar calmo e frio, aproximou-se do canhão e fez pontaria durante algum tempo. Soou uma forte detonação, à qual se misturaram os vivas da tripulação. A bala atingiu o alvo, mas de maneira estranha, pois escorregou na superfície arredondada do animal e foi perder-se no mar.
- Ora esta! - exclamou o velho artilheiro. - Parece que está blindado com chapas de seis polegadas!
- Maldição! - gritou o Comandante Farragut.
A perseguição continuou. Voltando-se para mim, disse ele:
- Pegarei esse animal ainda que a minha fragata se rebente!