- Mas então - disse eu - este aparelho deve encerrar um mecanismo de locomoção e uma tripulação para manobrá-lo.
- Evidentemente - respondeu o arpoador - embora haja mais ou menos três horas que estou aqui e ainda não vi sinal de vida nele.
- Ainda não se moveu?
- Não, Sr. Aronnax. Deixa-se embalar ao sabor das ondas, mas não se move.
- No entanto, sabemos que ele é dotado de grande velocidade. Ora, como é preciso um motor para produzir tal velocidade e um maquinista para o dirigir, concluo que estamos salvos.
- Hum! - fez Ned Land com certa reserva.
Naquele momento, e como que para dar razão aos meus argumentos, produziu-se um turbilhão na ré do estranho aparelho, cujo propulsor era evidentemente uma hélice, e ele se pôs em movimento. Só tivemos tempo de nos agarrarmos à parte superior que submergiu cerca de oitenta centímetros. Felizmente a sua velocidade não era excessiva.
- Enquanto navegar à superfície, tudo vai bem - falou Ned Landa- Mas se resolver a mergulhar, a minha pele não vale um centavo.
Era pois urgente que nos comunicássemos com quem quer que estivesse no interior daquela máquina.