Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 42 / 258

Saiu e eu o segui através dos corredores. Chegamos ao centro do navio onde havia uma espécie de poço, que se abria entre dois tabiques estanques. Uma escada de ferro presa na parede conduzia à sua extremidade superior. Perguntei ao capitão para que servia aquela escada.

- Vai dar ao bote - informou-me.

- Como? Tem um bote? - indaguei, surpreso.

- Sem dúvida. Uma excelente embarcação ligeira, insubmersível, que serve para passear e pescar.

Passamos à casa das máquinas. Profusamente iluminada, devia medir pelo menos vinte metros de comprimento, e estava dividida em duas partes: a primeira encerrava os elementos que produziam a eletricidade e a segunda os mecanismos que transmitiam o movimento à hélice.

Como eu já esperava, demoramo-nos muito pouco ali.

Sempre conversando, eu me lembrei de um assunto que gostaria de ver esclarecido.

- A propósito, capitão, o choque do “Nautilus” com o “Escócia” teve muita repercussão. Foi um encontro ocasional?

- Puramente ocasional, professor. Eu navegava a dois metros abaixo do nível do mar quando se produziu o choque. Aliás, eu pude verificar que esse navio não sofreu danos graves.

- De fato, não. Mas quanto ao choque com a “Abraham Lincoln”?

- A fragata estava a atacar-me, professor. Tive de me defender. No entanto, limitei-me a deixá-la em condições de não continuar o ataque.

Não terá problema em reparar as suas avarias em qualquer porto.

- Ah! - exclamei com convicção - o seu “Nautilus” é realmente um barco maravilhoso.





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