Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 18: Capítulo 18 Pág. 69 / 258

Mas d’Entrecasteaux, ignorando essas informações, muito imprecisa aliás, dirigiu-se para as ilhas do Almirantado, apontadas como sendo o local do naufrágio de La Pérouse num relatório do Capitão Hunter.

As suas buscas foram infrutíferas. A “Espérance” e a “Recherche” passaram ao largo de Vanikoro, sem se deterem. Em suma, a missão foi um completo malogro, tendo além disso custado a vida a d’Entrecasteaux, a dois dos seus imediatos, assim como a vários membros da tripulação.

Foi um velho lobo-do-mar, o Capitão Dillon, o primeiro a encontrar vestígios indiscutíveis dos naufragados. A 15 de maio de 1824, o seu navio, o “Saint-Patrick”, passou perto da ilha Tikopia, uma das Novas Hébridas. Ali foi abordado por um indígena numa piroga, que lhe vendeu um punho de espada, de prata, que tinha sinais de caracteres gravados com buril. O indígena informou ainda que seis anos antes, durante uma sua estada em Vanikoro, tinha visto dois europeus que pertenciam a navios naufragados há muitos anos nos recifes da ilha.

Dillon calculou que se trataria dos navios de La Pérouse, cujo desaparecimento emocionara o mundo. Quis ir a Vanikoro onde, segundo o indígena, encontraria numerosos destroços do naufrágio. Mas os ventos e as correntes não permitiram que ele chegasse à ilha.

Dillon regressou então a Calcutá onde conseguiu interessar pela sua descoberta a Sociedade Asiática e a Companhia das índias. Foi posto à sua disposição um navio ao qual deram também o nome de “Recherche”, e ele partiu no dia 23 de janeiro de 1827, levando consigo um agente francês.





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