Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I

Página 46
Não sei porque se declarou autor do assassinato, negando-o depois. Ignoro a íntima verdade destas contradições.

Mas o que sei, aquilo de que posso já dar testemunho, e não só eu, mas amigos, mas numerosas pessoas, é que na noite que se mostra ter sido a do assassinato ele esteve, até quase de madrugada, na minha casa, conversando, rindo, bebendo cerveja.

Saiu talvez às três horas da noite.

Declaro também, e isto pode ser igualmente apoiado por seguras testemunhas: que às nove horas da manhã do dia seguinte estive no quarto dele. Ainda dormia, acordou sobressaltado à minha voz, e voltou a adormecer em quanto eu procurava entre os seus livros um volume de Taine.

As donas da casa que o hospedam disseram-me que ele entrara pela madrugada.

- Ali pela volta das três e meia, conjeturavam elas.

Ora da minha casa, donde saiu às três, até casa dele, onde entrou às três e meia, o caminho que é longo, ocupa justamente este espaço de tempo.

Por consequência, respondam: quando cometeu ele o crime? O emprego do seu tempo está todo justificado: das nove da noite até à madrugada na minha casa, numa conversa jovial e íntima; da madrugada até às nove, num sono pacífico na sua própria casa.

Resta unicamente a meia hora do caminho, da qual não há testemunhas. É crível que em meia hora pudesse ir alguém a essa casa, preparar ópio, faze-lo beber a um homem, falsificar uma declaração e vir sossegadamente dormir? Tem isto logica?

Demais o crime foi cometido numa casa, o ópio foi deitado num copo de água, dado traiçoeiramente. O cadáver estava meio despido. Tudo isto indica que entre o assassino e o desgraçado houve uma entrevista, tinham conversado intimamente, tinham rido decerto; o que depois morreu tinha talvez calor, pôs-se livremente, tirou o casaco, contaram porventura anedotas, e num momento de sede, o ópio foi dado num copo de água.

<< Página Anterior

pág. 46 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Mistério da Estrada de Sintra
Páginas: 245
Página atual: 46

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CARTA AO EDITOR, 1
PRIMEIRA PARTE - EXPOSIÇÃO DO DOUTOR
CAPÍTULO I
5
CAPÍTULO II 10
CAPÍTULO III 14
CAPÍTULO IV 18
CAPÍTULO V 25
CAPÍTULO VI 30
CAPÍTULO VII 37
SEGUNDA PARTE - INTERVENÇÃO DE Z.
CAPÍTULO I
44
TERCEIRA PARTE - DE F… AO MÉDICO
CAPÍTULO I
50
CAPÍTULO II 56
CAPÍTULO III 60
QUARTA PARTE - NARRATIVA DO MASCARADO ALTO
CAPÍTULO I
79
CAPÍTULO II 85
CAPÍTULO III 91
CAPÍTULO IV 94
CAPÍTULO V 102
CAPÍTULO VI 108
CAPÍTULO VII 113
CAPÍTULO VIII 118
CAPÍTULO IX 123
CAPÍTULO X 125
CAPÍTULO XI 130
CAPÍTULO XII 134
CAPÍTULO XIII 138
CAPÍTULO XIV 143
CAPÍTULO XV 149
QUINTA PARTE - AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
154
CAPÍTULO II 163
CAPÍTULO III 165
CAPÍTULO IV 170
CAPÍTULO V 182
CAPÍTULO VI 187
SEXTA PARTE - A CONFISSÃO DELA
CAPÍTULO I
190
CAPÍTULO II 195
CAPÍTULO III 197
CAPÍTULO IV 204
CAPÍTULO V 208
CAPÍTULO VI 213
CAPÍTULO VII 217
CAPÍTULO VIII 221
CAPÍTULO IX 226
CAPÍTULO X 231
SÉTIMA PARTE - CONCLUEM AS REVELAÇÕES DE A. M. C.
CAPÍTULO I
236
CAPÍTULO II 240