Calafrio - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 21 / 164

— Ah, nesse caso, é de esperar que a sua juventude e beleza a tenham ajudado! — Depois, incapaz de conter-me, deixei escapar a segmnte frase:

— Parece que ele gosta de nós jovens e bonitas!

— Oh, palavra que era mesmo assim que ele gostava — concordou Mrs. Grose. — Era assim que gostava de toda a gente! — Palavtas não eram ditas e já a mulher se arrependera de as ter pronunciado, tratando de remediar o efeito. — Quero dizer... ele é mesmo assim. O senhor, claro!

Eu não podia estar mais espantada.

— Mas de quem é que estava a falar?

Embora a sua expressão revelasse a maior das indiferenças, Mrs. Grose corou.

— De quem mais podia ser? «Dele»!

— Do patrão?

— De quem mais?

Era de tal forma óbvio não haver mais ninguém que não demorei muito a esquecer aquela sensação que me dizia ter ela cometido uma qualquer inconfidência, e limitei-me a perguntar aquilo que realmente me interessava:

— E ela viu alguma coisa de estranho no rapaz?

— Alguma coisa de estranho? Bom, se o fez, nunca me disse nada a esse respeito.





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