Depois de reflectir, acabei por aceitar o raciocínio.
— Então, para si, um rapaz que nunca tenha feito uma maldade...?
— Não é um rapaz!
Apertei-lhe o braço com força.
— Gosta dos rapazes mauzinhos? — Depois, antecipando-me, eu mesma me encarreguei de responder: — Também eu! — Aquelas duas palavras foram ditas com despreocupação. — Contudo, nunca ao ponto de contaminarem. ..
— Contaminarem? — Aquela palavra deixara-a perdida.
Resolvi explicar-lhe o que tinha em mente.
— Corromperem.
Ao compreender onde eu queria chegar, Mrs. Grose fitou-me com gravidade, depois do que soltou uma gargalhada estranha.
— E tem medo que ele a corrompa? — A pergunta fora colocada com uma dose de bom humor de tal forma audacioso, que também eu fui obrigada a rir, já que a hipótese me parecia ridícula.
Porém, no dia seguinte, à medida que se aproximava a hora de parti ao encontro do jovem Miles, resolvi voltar à carga.
— Como era a senhora que aqui esteve antes?
— A última preceptora? Também era nova e bonita. . . quase tão nova e bonita quanto a menina.